O evento, organizado pela UNESCO, teve início na segunda-feira, 2 de Dezembro, e prolongase até sábado, 7. Durante seis dias, representantes de vários países e especialistas na área cultural estão reunidos para reflectir sobre os desafios e as novas dinâmicas relacionadas com a preservação do património cultural imaterial.
O foco principal desta sessão é identificar estratégias que permitam minimizar os riscos associados à perda de expressões culturais fundamentais para a identidade de comunidades em todo o mundo.
Angola, como membro activo e Vice-Presidente do Bureau do Comité, desempenha um papel de destaque nas discussões. Na sua intervenção, a delegação angolana sublinhou que a Convenção de 2003 é mais do que um documento legal — é um guia indispensável para a proteção e valorização do património cultural imaterial.
Este instrumento reconhece a importância do património cultural na construção de identidades, no fortalecimento do diálogo intercultural e na promoção da coesão social e sustentabilidade das comunidades.
Compromisso renovado com a salvaguarda cultural
Reafirmando o seu compromisso com os objectivos da Convenção, Angola destacou o trabalho que tem vindo a desenvolver para promover boas práticas na preservação e transmissão dos valores e saberes tradicionais. Esses elementos, além de serem fonte de riqueza cultural, constituem parte integrante da identidade nacional.
Entre os exemplos apresentados está o Sona, uma expressão artística única dos povos Cokwe, que foi o primeiro bem cultural angolano inscrito na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
O Sona, conhecido pelas suas intrincadas formas geométricas e profundo simbolismo, é mais do que uma arte visual: é um meio de transmitir conhecimentos sobre harmonia, equilíbrio e respeito pela natureza.
A inscrição deste bem cultural representa não só o reconhecimento da sua importância, mas também o empenho de Angola em partilhar a sua herança cultural com o mundo.
A delegação reforçou a necessidade de continuar a investir em políticas públicas que promovam a preservação do património cultural imaterial, enfrentando os desafios impostos pela globalização e pelas mudanças sociais que podem levar à extinção de práticas culturais ancestrais.
Um futuro mais inclusivo
A participação activa de Angola na 19.ª sessão do Comité reafirma o papel do país como um dos principais defensores da salvaguarda do património cultural imaterial em África e no mundo.
Através de iniciativas como o Sona, o país demonstra que é possível preservar tradições ancestrais enquanto se promove o diálogo intercultural e a valorização da diversidade.
O compromisso angolano é, assim, uma prova de que a preservação do património cultural não é apenas uma responsabilidade nacional, mas também uma contribuição significativa para o enriquecimento do património global.
Abertura solene com foco na cooperação internacional
A cerimónia de abertura da 19.ª sessão decorreu no Porto de Assunção, no domingo, 1 de dezembro, e contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o Presidente da República do Paraguai, Santiago Peña, e a DiretoraGeral da UNESCO, Audrey Azoulay.