O país possui cerca de mil e 500 bens inventariados, desde os bens patrimoniais referentes ao processo da luta de libertação Nacional, aos culturais e naturais. Este preâmbulo é de Emanuel Caboco, director-adjunto do Instituto Nacional de Património Cultural
Texto de: Antónia Gonçalo
Falando à imprensa, no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, assinalado ontem, 18, Caboco realçou a existência de um trabalho sistemático de levantamento em todo o país, incluindo a inventariação e registo do património cultural. Emanuel Caboco referiu que o levantamento e o inventário devem ser constantes e permanentes, assim como a classificação de novos elementos que surgem.
No entanto, o responsável revelou que existem inúmeras dificuldades em torno da criação e realização de inventários, realçando as questões financeiras e humanas. Apesar disso, assinalou que os trabalhos são realizados, os quais são anualmente reconhecidos em torno do património, além de acções de recuperação e restauro.
“O trabalho de levantamento tem um incremento maior, tendo em conta o contexto territorial do país, o que exige muito esforço. Apesar disso, temos trabalhado em função dos meios colocados à nossa disposição”, declarou.
Emanuel caboco elucidou que para a classificação de um monumento ou sítio é necessária a realização de um trabalho de avaliação, em que se afere a eficácia do processo de inventariação, na recolha dos elementos essenciais relacionados com a sua história e arquictetura.
Novos monumentos e sítios Emanuel Caboco avançou que foram classificados nove novos monumentos e sítios, como o Antigo Fortim de Quibaxe (Bengi), a Sé Catedral do Lubango (Huíla), o Edifício da Imprensa Nacional (Luanda) e a Liga Nacional Africana (Luanda). Com estes novos, apurou que perfazem agora 274, os monumentos e sítios existentes em todo o país.
O responsável avançou ainda que o ministério de tutela pretende recuperar os bens patrimoniais respeitantes ao processo de Libertação Nacional. “Este património não estava contemplado nos trabalhos de levantamento e de inventariação. Prestamos uma particular atenção a esta tipologia de património, visando também a sua classificação”, revelou.
Por outro lado, como resultado dos trabalhos de recuperação do diverso património ligados à Luta de Libertação Nacional, a classificação do Sítio Histórico da Batalha do Cuito Cuanavale, constitui uma forma de enaltecer essa batalha que desempenhou um papel decisivo para a afirmação da nossa independência.
Património natural Emanuel Caboco realçou que o Ministério da Cultura trabalha em parceria com o Ministério do Ambiente, para inscrever a margem do rio Okavango correspondente a Angola na lista do património mundial, tal como ocorreu no Botswana e na Namíbia.
Quanto ao Sítio da Batalha do Cuito Cuanavale, sublinhou ser uma das prioridades em termos de levantamentos e estudos, visando a sua inclusão e inscrição na lista de património mundial, assim como a Paisagem do Corredor do Cuanza e o e as pinturas rupestres de TchitundoHulo, no Namibe.
“Em termos de potenciais bens para a lista de património cultural mundial, temos estes três desafios, mas no próximo ano esperamos ter a lista indicativa mais equilibrada, pelo facto de existir grande concentração de bens com grande tendência para os bens culturais, faltando, efectivamente, a presença de bens naturais”, considerou.