O historiador Altino Menezes defendeu na Terça-feira, na cidade do Cuito, província do Bié, a necessidade da valorização das línguas maternas, como meio para fortalecer a identidade nacional, bem como de afirmação da cultura.
Por ocasião do 21 de Fevereiro, consagrado ao Dia Internacional da Língua Materna, o académico Altino Menezes é de opinião que as línguas nativas sejam enquadradas no currículo escolar, pese embora algumas escolas do ensino médio e superior tenham inserido o ensino do Umbundu. Em seu entender, as línguas maternas faladas nesta parcela do país têm estado a perder o valor, pelo facto, sobretudo, de os citadinos motivados pelo fenómeno globalização usarem-nas pouco, até mesmo nas suas próprias comunidades.
O historiador advoga ainda que os chefes e outras entidades falem com regularidade o Umbundu, Ganguela ou Tchokwe, fundamentalmente, nos encontros em família e nas residências para instruir e influenciar as futuras gerações. Apelou as autoridades no sentido de implementar o ensino das línguas maternas nas escolas do I e II ciclo do ensino secundário, tendo em atenção as especificidades culturais.
A data
O 21 de Fevereiro, Dia Internacional da Língua Materna, celebra-se esta Quarta-feira e foi proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) a 17 de Novembro de 1999. A data, reconhecida formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é comemorada desde Fevereiro de 2000 com o objectivo de promover a diversidade linguística e cultural e o plurilinguismo. Esta comemoração impulsionou, assim, os esforços dessa organização internacional para proteger as quase 6 mil diferentes línguas existentes no mundo e, ao mesmo tempo, preservar a diversidade cultural. O Conselho Geral, órgão supremo da UNESCO, em Angola, o português é a única língua oficial, mas o país conta com quatro línguas reconhecidas como nacionais: cokwe, kikongo, kimbundu , umbundu e mais outras línguas africanas e inúmeros dialectos.