O sociólogo José Carlos Venâncio, o escritor David Capelenguela, o economista e cientista social Carlos Manuel Lopes, a escritora Amélia da Lomba e a linguista Maria Helena Miguel são os novos membros da Academia Angolana de Letras, admitidos na Assembleia Geral realizada na última segunda-feira, 26, na União dos Escritores Angolanos, em encontro presidido pelo escritor Artur Pestana “Pepetela
A admissão resulta de sete candidaturas apresentadas para preencher as seis vagas existentes, mas, conforme explicou o presidente da Academia Angolana de Letras (AAL), Paulo de Carvalho, decidiram apenas a admissão de cinco novos membros.
“Estes novos membros vão trazer uma grande mais-valia, é sempre assim quando entram novos membros. O que se passa é que esta é uma academia muito fechada, faleceram alguns membros, então, abriu-se seis vagas, e no encontro decidimos a admissão de apenas de cinco”, disse o sociólogo.
Neste encontro, foram ainda atribuídas cadeiras aos membros efectivos, onde cada associado, nos termos dos estatutos, tem uma cadeira com o seu nome, o que Paulo de Carvalho refere ser comum ocorrer nas academias de letras.
“Houve duas assembleias: a primeira foi para a alteração dos e atutos da academia. As propostas de alteração foram feitas, está tudo bem. O número de membros aumentou de 43 para 50. A academia pode ter até 50 membros a partir agora”, disse Paulo de Carvalho.
Membros correspondentes
A Assembleia Geral realizada serviu, entre vários assuntos, para aprovar o relatório de actividades e contas, discutir sobre a proposta de alteração do estatuto da organização e decidir, em votação, sobre as propostas de admissão de novos membros; elegeu ainda nove membros correspondentes que se juntam aos oito existentes. O destaque, segundo o também escritor, deu-se aos africanos e afrodescendentes.
Trata-se da crítica literária portuguesa, Ana Maria Martinho, o linguista moçambicano, Bento Sitoe, o antropólogo brasileiro, Dagoberto Fonseca, o historiador e académico congolês, Jean-Michel Mabeko Tali, o sociólogo moçambicano, Elísio Macamo Fonseca, o linguista moçambicano, Nataniel Ngomane, o crítico literário senegalês, Oumar Dialo, o sociólogo moçambicano, Patrício Langa, a economista e africanista brasileira, Sónia Jorge. “Dos nove eleitos, apenas um, a crítica literária portuguesa, Ana Maria Martinho, não é nem africana, nem afro-descendente”, apontou.
Pagamento de quotas e jóias
Outro ponto em destaque no encontro recai sobre a questão das jóias, que aumentou para 50 mil kwanzas, valor que deve ser pago pelos novos membros ao aderirem à AAL.
Por outro lado, explicou, tendo em conta a débil situação económica do país, a quota, antes no valor de 25 mil kwanzas, passa agora a ser 10 mil, por formas a facilitar o processo por parte dos membros.
Eleições na AAL
Por seu turno, as eleições para os novos corpos sociais, que vai corresponder, por sinal, ao terceiro mandato, no período de 2025 a 2029, estão previstas para 04 de Outubro do presente ano.
O escritor Boaventura Cardoso foi o presidente no primeiro mandato, 2016 a 2020, Paulo de Carvalho no segundo, 2020 a 2024. “Eu sou, neste momento, o presidente do segundo mandato. No terceiro, vamos ver quem são as pessoas que se vão candidatar e quem vai ficar”, sublinhou.
Inovações
As principais alterações relacionadas com o estatuto da academia estão relacionadas com a criação de uma nova categoria de membros, que são os honorários, com mérito reconhecido.
A direcção da academia deixa de se designar Conselho de Administração e passa agora a designar-se Direcção. “Não houve nenhuma alteração em termos orgânicos, os órgãos mantêm-se, apenas a direcção passa a ter dois suplentes”, explicou o responsável.