Estilistas, costureiros, alfaiates e bordadores que se dedicam a produção de trajes, feitos por medidas e na dinamização das “tendências”, do sector de costura, enalteceram a contribuição da 1ª Mostra de Corte e Costura “Mocco”, para a progressão da moda nacional, descerrada na última Sexta-feira, 24, no Palácio de Ferro, em Luanda
João Vigário, da organização do evento, explicou, em declarações ao jornal OPAÍS, que o mesmo foi inspirado no crescimento do uso de roupas feitas por jovens angolanos, focados na dinamização da moda nacional.
“Este é um evento baseado fundamentalmente na contribuição e na capacitação de jovens artistas, no campo do corte e costura no país.
Um mapeamento daqueles que são os que mais se envolvem na indústria do corte e costura, no âmbito da indústria da moda”, disse.
Para o coordenador de eventos do Palácio de Ferro, a actividade de certa forma permitiu evidenciar os trabalhos feitos, não só para que essa classe consiga largar aquilo que é a carteira de clientes mas para desenvolver as suas performances criativas.
Esclareceu ainda que a plataforma pretende contribuir de igual modo para a formação dos jovens costureiros para que de facto a indústria catalisadora da moda nacional cresça e se diminua o desemprego no país.
Com foco na produção nacional, Claudeth Rodrigues, artesã, considerou que o projecto é um contributo fundamental para a diversificação da moda nacional, uma possibilidade de “fazer com que as pessoas observem e engrandeçam o que já se pode fazer em Angola”.
A proprietária do atelier “Nayodel” referiu que esta mostra de corte e costura serviu para expor uma variedade de produtos artesanais, desde acessórios, pastas, conjuntos de cozinha, diferentes criações como contributo para a elevação da arte de costurar.
“Como dona de casa, gosto de agradar às mulheres, expondo conjuntos de cozinha, pastas para senhoras e outros para bebés.
É um pouco de tudo, uma vez que a costura criativa é isso, diz respeito há um pouco de tudo para a dinamização da arte”.
Exibindo criações como saias de tules, batas escolares e diferentes peças “samacacas”, João Domingos, autor da colecção “Alfaiataria Tonas”, enalteceu a iniciativa da feira de corte e costura, por considerar ter sido uma grande oportunidade para apresentar os seus trabalhos artísticos”.
O profissional, com mais de 15 anos de experiência, afirmou ser a primeira vez numa iniciativa similar e a mesma prestou um contributo diferenciado para a elevação da moda nacional.
Desfiles e actuações musicais
Além de exposições de indumentárias dos produtores e criativos nacionais, o evento foi marcado por desfiles de moda e actuações musicais.
Com a colecção “Angola 48 anos”, do estilista Rui Lopes, apresentada pelo profissional de estilismo Didi Fernandes e amigos, os trajes da obra inspirada na luta da independência e nas cores da bandeira nacional “roubaram a cena” do espectáculo de moda.
Quem também não ficou de fora foi o estilista Jofre Cardoso que com “ousadia” apresentou um conjunto de indumentárias marcadas pela cor e diferença que compõe a sua colecção intitulada “Irreverência”.
No entanto, embora o evento estivesse marcado pela exibição de trajes da moda nacional, actuações musicais foram também reservadas para a apresentação cultural na inauguração do projecto.
Para a abertura de espectáculos musicais do evento, subiu ao palco do Palácio de Ferro a dupla de trovador e intérprete “Duo Canhoto”, que, acompanhada da guitarra, “exaltou os ânimos” do público dando voz a vários temas musicais, com realce para o “Omboio” original de Pérola.