A aplicação chinesa de mensagens instantâneas Wechat foi banida entre os militares australianos, segundo um comunicado do Departamento de Defesa da Austrália citado pela imprensa local, ilustrando a preocupação de Camberra com a alegada espionagem chinesa. “O [Departamento] de Defesa permite apenas o uso de algumas aplicações. O Wechat não está autorizado”, afirmou o organismo encarregado da segurança nacional e das forças armadas australianas, em comunicado. A mesma nota não revela os motivos pelos quais o uso do Wechat foi proibido. O organismo esclarece que permite o uso “limitado” do Facebook entre o seu pessoal. A decisão surge depois de, no ano passado, os serviços secretos australianos apontarem um aumento “exponencial” de actividades de espionagem no país, enquanto o anterior chefe do Departamento de Defesa australiano, Dennis Richardson, revelou que espiões chineses estão “muito activos” na Austrália. O Wechat, inicialmente lançado como um serviço de mensagens instantâneas semelhante ao Whatsapp, funciona simultaneamente como rede social e carteira digital. Em Fevereiro passado, atingiu mil milhões de perfis de usuários, segundo o presidente do gigante chinês da Internet Tencent, Pony Ma, que concebeu aquele serviço. Pony Ma é delegado na Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo máximo da China. No ano passado, várias pessoas foram detidas ou condenadas à prisão na China por comentários em grupos ou conversas privadas no Wechat, sob acusação de “causar distúrbios” ou “usar ilegalmente informação e a Internet”, o que revela a crescente monitorização das autoridades chinesas sobre o ciberespaço. A China censura redes sociais como o Facebook, Twitter e Instagram, ou o serviço de mensagens Whatsapp.