As autoridades sul-africanas proclamaram ontem, Terça-feira,13, o estado de catástrofe natural em todo o país devido à seca histórica que assola a África do Sul há vários meses a região da Cidade do Cabo, ameaçada de ficar sem água potável. Segundo a AFP, a decisão foi tomada depois de uma “reavaliação da amplitude e da gravidade da seca actual”, e confia a partir de agora a gestão da crise ao Governo. As autoridades sul-africanas tinham apontado o dia 11 de Abril como o “Dia Zero”, o primeiro dia em que faltaria água nas torneiras, tendo depois adiado a estimativa para dia 16 do mesmo mês. O adiamento deve-se ao declínio no uso de água para fins agrícolas, porque muitas quintas em algumas províncias, que incluem a própria cidade, escolheram usar as reservas que lhes foram alocadas em vez de usar água corrente. As autoridades avisaram os habitantes para, ainda assim, continuarem a cumprir as indicações oficiais, que limitam o uso de água a 50 litros por pessoa. A grave seca que assola a zona é um fenómeno invulgar, já que não só deriva da escassez de precipitação que caracterizou a passada estação de chuvas (abril-outubro), como de o nível de chuva ter sido particularmente baixo também nos dois anos anteriores. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), só num duche de cinco minutos, gastam-se cerca de 100 litros de água.