O documentário “Canhão de Boca”, que aborda o papel da Rádio Libertação na luta pela independência da Guiné- Bissau e Cabo Verde, será exibido em festivais de cinema em França e Estados Unidos.
Realizado por Ângelo Lopes, o documentário cabo-verdiano foi produzido em 2016, no âmbito do concurso DocTV da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Canhão de Boca”, expressão usada pelo “pai” das independências de Cabo Verde e Guiné- Bissau, Amílcar Cabral, para designar a Rádio Libertação, vai ser exibido a 20 de Abril no Festival Internacional do Filme Panafricano, em Cannes, França.
O documentário integrará ainda a selecção do Festival de Cinema Africano do Texas, que decorre entre 29 de Junho e 03 de Julho. O documentário conta com participação de Amélia Araújo, a principal locutora e animadora da Rádio Libertação, estação emissora criada em 1967 e utilizada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para difundir as ideias durante o conflito que o opôs ao Exército português na luta pela independência (1963/74).
“Canhão de Boca” foi exibido pela primeira vez em Cabo Verde, em Maio de 2017, tendo nesse ano conquistado o prémio de melhor documentário no festival Oiá, no Mindelo, e uma menção honrosa no Festival Internacional de Cinema da Praia. Saliente-se que, no contexto de luta de libertação de Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral usava a expressão “Canhão de Boca” para se referir à Rádio Libertação como arma mais poderosa do que todo o arsenal de guerra que pudessem possuir. Confira um programa de rádio ficcional com duas vozes que representaram a difusão dos ideais nas lutas pela libertação.