Para discutir o problema e encontrar soluções, médicos angolanos e outros especialistas reúnem-se, hoje, em Luanda
Texto de: Domingos Bento
Todos os anos, o país regista mais de dois mil casos na vertente das doenças renais, muitos dos quais em estado avançado, que obrigam ao tratamento por via de hemodiálise, tornando a vida do paciente dependente de máquinas. Segundo Simão Kanga, médico, a diabetes e a hipertensão arterial constituem, até ao momento, as principais causas de doenças renais.
As pessoas com 30 a 50 anos são as principais vítimas deste mal. Muitos doentes só chegam ao estado crónico devido à descoberta tardia da doença que, normalmente, se manifesta de forma lenta.
Apesar do recurso à hemodiálise, que por regra é feita três vezes por semana, e o avanço da medicina, a taxa de mortalidade de pacientes com insuficiência renal é bastante elevada. “Esta taxa constitui uma grande preocupação.
O problema prende-se com o acesso ao tratamento que ainda é bastante caro e limitado”, acrescentou. Para contrariar esses números, um grupo de médicos e especialistas em nefrologia reúne- se hoje, em Luanda, na clínica Multiperfil, para discutir a problemática das doenças renais e encontrar medidas para a contenção dos casos e reduzir a alta taxa de mortalidade.
Um dos pontos a discutir, segundo Simão Kanga, é o incentivo ao diagnóstico, que deve ser precoce, e o alargamento das fontes de informação para garantir uma disseminação mais imediata de informação sobre a doença.
“Se as pessoas tiverem mais conhecimento da doença, melhor será a prevenção. E assim, estaríamos a reduzir as taxas de mortalidade, que são assustadoras. Precisamos de evitar que mais pessoas vão à hemodialise. E, para isso, é necessário o engajamento de todos, a família, sociedade e as entidades governamentais”, defende.