Começou ontem, com o Domingo de Ramos, a “Semana Santa”. Para os cristãos católicos, um dos momentos mais importantes e significativos da religião, por anteceder a celebração da Páscoa
Por: Maria Teixeira
Na Semana Santa, os católicos são chamados a reflectir e a orar, uma vez que se aproxima a Páscoa, que é a Ressurreição de Jesus, que, segundo o padre contactado pelo OPAÍS, nos “abre as portas da vida eterna, seu triunfo sobre a morte é a vitória definitiva sobre o pecado”.
Padre Castro Prudêncio faz entender que o início no Domingo de Ramos celebrado ontem, relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, e abre a “Semana Santa” que termina com a ressurreição de J.Cristo no Domingo próximo (Páscoa). Neste espaço de tempo celebra-se o Triduum Sacrum que congrega a Quinta-feira, Sexta e Sábado santos (incluindo a vigília pascal) que celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.
Na Quinta-feira Santa as atenções são viradas para a Instituição do Sacramento da Eucaristia, feita por Jesus, e deixada aos homens como um sinal da sua presença antes de morrer.
Destacase, nesse dia santo, a celebração da Missa Crismal, na qual é manifestada a comunhão dos presbíteros com o seu Bispo. Ainda na Quinta-feira San-ta, por sinal o último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal, é feita também a bênção do óleo dos enfermos, do óleo dos catecúmenos e a consagração do óleo do crisma.
O entrevistado define o óleo do crisma como uma mistura de óleo e bálsamo (perfume), significando a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”.
É o mesmo tipo de óleo que normalmente é usado no sacramento da Confirmação (Crisma). Este óleo, por significar a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive, a morte, se for vontade de Deus, também é chamado de óleo dos enfermos.
É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como “extrema-unção”. Instituição da Eucaristia e Cerimónia do Lava-pés De acordo com o sacerdote com a missa da ceia do Senhor, cele-brada na tarde de Quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e comemora a última ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou para os apóstolos para que os tomassem, mandandolhes também oferecer aos seus sucessores.
“Nesta missa faz-se, portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a missa ocorre a cerimónia do Lava- Pés que lembra o gesto de Jesus na sua última ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos”, explicou. No final da missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altarmor da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração ao Santíssimo durante toda a noite. Sexta-feira Santa A Sexta-feira Santa é tida como o momento máximo de amor sem exclusão. Neste dia celebra-se a paixão e morte de Jesus Cristo.
O silêncio, o jejum e a oração devem marcar o dia, de acordo com o padre Prudêncio, que, ao contrário do que muitos pensam, não deve ser vivido em clima de luto. “Deve ser um clima de profundo respeito pela morte de Jesus, que foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna.
Às 15 horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimónia do dia: a Paixão do Senhor”, contou. As três partes que constam dessa cerimónia são a liturgia da palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística.
Depois deste momento não há mais comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado Santo, onde o principal foco é a Vigília Pascal.
A referida vigília, que começa na noite de Sábado, em memória à noite santa da ressurreição gloriosa de Jesus Cristo, é conhecida também como “a mãe de todas as santas vigílias”, porque os cristãos esperam acordados a vitória de Senhor sobre a morte.
“Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, que é uma série de leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Baptismo e, por fim, a liturgia eucarística”, finalizou.