A opinião é do economista Ciel da Conceição que acredita que o novo navio petroleiro da Sonangol irá tornar o processo de produção e venda mais célere, bem como integrar a sua actividade sem depender de terceiros
Com uma capacidade de transporte de um milhão de bar- ris, o novo navio petroleiro da Sonangol será baptizado hoje, em Seul, na Coreia do Sul. O economista Ciel Cristóvão espera que o mesmo venha a gerar lucros que se integra na actividade (pesquisa, produção, refinação (compra e venda) e a distribuição, ressaltando que, nesta cadeia, se a empresa for comprar serviços a terceiros está a dispender recursos para benefícios de outras empresas.
Para o especialista, o novo navio permitirá à Sonangol tirar o petróleo armazenado para escoar, tornar o processo de produção e venda mais célere, sublinhando que a empresa poderá controlar a tempo e hora a produção que precisa escoar para não depender de terceiros. “ A sonangol está a integrar a sua actividade ou seja integração vertical no processo de produção e de vendas”, disse. Em relação às vantagens, o ecnomista apontou a retenção de recursos, pois quando precisar transportar petróleo a Sonangol fará internamente ou poderá alugar os navios a terceiros para gerar mais renda.
Disse, igualmente, que com o investimento feito espera-se um retorno para o grupo que permite ter mais credibilidade na sua actuação. Caso a empresa não tivesse os referidos navios tinham de se sujeitar à lei do mercado para fazer a sua programação dos levantamentos petrolíferos. Tendo a sua frota de navios, já consegue trabalhar na sua programação, comercializar e até alugar a quem precisar.
Ciel da Conceição refere que a aquisição do petroleiro reforça a posição da empresa porque é mais um activo no seu portfólio que ajuda na posição financeira e patrimonial, ou seja é uma estratégia de normalização da actividade petrolífera que integra-se como fazem outras petrolíferas como a BP, Total, Esso, que passa por dominar a cadela de produção.
Tempo de vida útil de 20 anos
Em declarações à imprensa, ontem, para elucidar a especificidade do navio, o presidente da Sonangol Marine Service, em Houston(EUA), João Almeida, disse que o navio está projectado para um tempo de vida útil de 20 anos. João de Almeida disse que o novo meio vai apenas transportar petróleo bruto e não os seus derivados, conforme se entende em círculos da sociedade que não dominam o assunto.
João Almeida afirmou que não se deve confundir petróleo bruto com os seus derivados, porquanto “na matéria de petróleo bruto a empresa tem capacidade de resposta, deixando de lado a hipótese de fretar navios para atender os seus objectivos”. Reforçou que este é um petroleiro que vai aumentar a frota que sai de 9 para 10, e deve passar para 11, quando tiver a posse do segundo navio, também a ser construído pela empresa Hyundai Sambo Heavy Industries, ainda nos finais do ano em curso, no âmbito do reforço da frota, dentro nas normas internacionalmente aceites.
“É um petroleiro que corres- ponde às necessidades de transporte da Sonangol e eu posso dizer que está ao nível dos petroleiros de maior qualidade que existe a navegar nas águas ou nos oceanos mundiais da actualidade”, asseverou. João Almeida disse que não existe parceria com nenhuma empresa americana, mas sim sueca, no domínio da gestão comercial, voltada para 50 porcento entre ela e a Sonangol. Assegurou, entretanto, que a empresa angolana é a gestora comercial do mesmo navio, como são os outros, prestando serviços não só em termos de shipping (transporte marítimo) para o grupo Sonangol, mas para todas as empresas a nível internacional.
Na cidade de Mokpo, está uma delegação, ao mais alto nível, do Ministério dos Petróleos, com destaque para o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, técnicos do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado(IGAPE), Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Gaspar Martins, entidades religiosas, músicos e outros elementos ligados aos sectores dos petróleos. A Sonangol é uma petrolífera angolana, fundada em 1976, e de lá para cá tem vindo a participar, activamente, no desenvolvimento económico do país.