O departamento de política familiar do gabinete provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género registou, no período de Janeiro a Novembro deste ano, 46 queixas de homens contra as suas esposas, por agressões morais e alegada falta de prestação de alimento. Contudo, uma das queixas está relacionada com o caso de um homem expulso de casa pela mulher.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela
De acordo com a chefe do departamento, Ilda Águas, comparativamente aos tempos anteriores, os homens nos dias de hoje quebraram tabu e denunciam igualmente actos de violência doméstica de que são vítimas por parte de suas esposas.
A responsável, que falava neste fim-de-semana durante uma mesa redonda radiofónica que juntou operadores da justiça, INAC, OMA e Família, visando marcar os 16 dias de activismo contra a violência doméstica a nível provincial, afirmou que muitas denúncias estão relacionadas com a falta de alimento “e eles (os homens) argumentam que se eu pai presto alimento, então é justo que a mãe também preste”.
“Queixam-se também de ofensas morais (verbal)”, disse. De Janeiro a Novembro, pontualiza a responsável, o departamento sob sua jurisdição atendeu a 448 casos de natureza diversa, com realce para o abandono familiar (fuga à paternidade e a prestação de alimentos, que foram 308 casos).
Relativamente às vítimas, registou-se 441 do sexo feminino e 46 do masculino. Ela conta que “também já há homens que recorrem aos nossos serviços”, sendo Benguela o município mais violento, com 339 casos, mas assinala que, comparativamente ao período anterior, houve um decréscimo bastante significativo.