Xi Jinping foi reeleito Sábado como presidente da China, para um segundo mandato de cinco anos, com o voto unânime dos delegados.
Menos de uma semana após conseguir uma reforma constitucional que lhe permitirá se reeleger indefinidamente, Xi Jinping, de 64 anos, obteve o voto dos cerca de 3 mil delegados presentes na sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP). Xi Jinping se torna assim o presidente chinês com o maior poder em quase três décadas e terá condições de permanecer no comando do país além do período do actual mandato, que termina em 2023. No Domingo passado, a ANP emendou a Constituição que estabelecia um limite de dois mandatos presidenciais de cinco anos cada.
A emenda também introduziu na Constituição o “Pensamento Xi Jinping” e, no seu artigo primeiro, o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês (PCC). Diante da reeleição certa de Xi pela Assembleia Nacional Popular, controlada pelo Partido Comunista, as expectativas recaíam sobre se o seu ex-responsável pela luta contra a corrupção Wang Qishan ocuparia a vice-presidência, o que de facto ocorreu. Wang obteve 2.969 votos a favor e apenas um contrário. Com Wang como vice-presidente, Xi ganha um aliado formidável para cimentar a sua autoridade, no momento em que caminha para se tornar o líder chinês mais poderoso desde Mao Tsé-Tung (1949-1976). Wang, 69 anos, é conhecido internacionalmente pelo seu trabalho como representante comercial da China e os analistas acreditam que ajudará Xi a administrar as relações com os Estados Unidos, cada vez mais tensas diante da ameaça de uma guerra comercial, agravada com a recente decisão do presidente Donald Trump de tarifar as importações de alumínio e aço.
O novo braço direito de Xi liderou a cruzada contra a corrupção na China, ao presidir a Comissão Central de Inspeção Disciplinar, que puniu 1,5 milhão de funcionários públicos nos últimos cinco anos, desde pequenos quadros até líderes regionais e generais. Wang substituirá Li Yuanchao, um político relativamente modesto Segundo Hua Po, um especialista em política chinesa, Wang tem “talento e capacidade” e a sua eleição como vice-presidente está “orientada para consolidar o seu poder”. “Xi já é um homem muito poderoso. O problema é que tem pouca gente que lhe seja leal e competente. Então precisa conservar Wang para ter tempo para cultivar mais gente de talento”, avaliou Hua.