Numa Carta Aberta, a Confederação Empresarial de Angola (CEA) consideram péssimo o actual ambiente de negócios e apresentam várias propostas para o relançamento da economia nacional.
Os empresários das diversas associações empresariais de Angola manifestaram, em Carta Aberta dirigida ao Presidente da República, João Lourenço, o seu descontentamento com o actual ambiente de negócios no país. Na missiva, com mais de 28 pontos, diversas reclamações são apresentadas, com destaque para a insuficiência de meios para alavancar o sector produtivo, a falta de divisas para o sector privado, assim como a falta de instrumentos financeiros competitivos. “Continua a verificar-se uma grave carência de divisas para o sector económico e a prevalência do tráfico de divisas, que continua a destruir a economia angolana e a impossibilitar o seu normal funcionamento. O empresariado nacional não tem acesso a instrumentos financeiros competitivos, por isso, a nossa economia não pode ser competitiva“, lê-se.
A actual Lei de Contratação Pública também mereceu atenção dos empresários que lamentam, na carta, que a mesma continua a ser ignorada por muitas instituições governamentais, um facto que tem criado constrangimentos à classe empresarial. “Apesar da boa vontade de Vossa Excelência, da qual não temos dúvidas algumas, continuamos a verificar um mau ambiente de negócios, que se agrava a cada dia que passa, e tem levado ao encerramento de milhares de empresas…“, sublinham os empresários.
Ao presidente da República, a Confederação manifestou igualmente a pretensão de criar um Conselho de Auscultação e Concertação Económica capaz de institucionalizar o diálogo entre os empresários e o Executivo. A CEA avança também propostas destinadas a solucionar os vários problemas apresentados ao Presidente da República. A revisão do actual regime tributário, adequando-o aos desafios da competitividade no país, a inserção de um Plano Nacional de Reabilitação das Estradas, a criação de incentivos para o sector produtivo, assim como uma aposta contínua na formação de quadros, para eliminar a elevada taxa de desemprego vigente no país.