Saudações, caro director! Muitas são as vezes que temos visto (na televisão) ouvido (na rádio) e lido (no jornal) notícias sobre acidentes de viação. Aliás , como deveis saber é a segunda causa de morte no país, a seguir à malária.
POR: Justino Kamalokwe
Tanto a primeira quanto a segunda, na minha opinião, são o resultado também da falta de seriedade. Não levamos à sério os problemas que temos. E explico já: não levamos à sério as nossas estradas e, por isso, temos os problemas de acidentes de viação que temos. Tudo bem que os acidentes nas estradas são também, em parte, culpa dos motoristas, mas não são descartadas, de modo nenhum, a possibilidade de ser o mau estado da estrada e das viaturas.A minha preocupação com as estradas surge pelo facto de se registar no nosso país algo muito difícil de se compreender que é: nós, os que temos carros e usamos as estradas, pagamos taxa de circulação, para que haja melhoria na circulação, mas em contrapartida o Estado ou o Ministério da Construção constrói aqueles tapetes asfálticos que duram pouco tempo. Os engenheiros devem vir explicar por que razão gastamos tanto para a construção de estradas e, nem com isso, temos as melhores Estradas Nacionais, nem coisa nenhuma. Que não tem havido fiscalização séria, nós sabemos. Mas com tanto dinheiro que se paga não conseguimos fiscalizar porquê? Porque não levamos à sério as nossas estradas.Tem sempre alguém que quer tirar dividendos, tal como o pedreiro que constrói a casa do pacato cidadão também tira dividendo quando da compra dos materiais, ou mesmo desvia sacos de cimento. O problema é que ninguém pode ser prejudicado, ao ponto de perder a vida, só porque queremos satisfazer a nossa ganância. A foto que ilustra este texto mostra claramente a falta de seriedade nas nossas estradas. É uma fotografia que há algum tempo esteve a circular nas redes sociais, não sei em que região do país foi tirada, mas pelos visto é em Angola. Esta é mais uma das estradas que certamente não foi feita por pessoas sérias. Pois, pessoas sérias não permitiriam que aquele poste de energia permanece ali. Se queremos minimizar os acidentes nas estradas devem também levar à sério a fiscalização das mesmas obras.