O rumor já pairava há bastante tempo. Donald Trump e Rex Tillerson “bateram-se de frente” mais do que uma vez. O relacionamento entre os dois conheceu um crepúsculo após o secretário de Estado ter dito em privado que Donald Trump era um idiota de m..
Convidado mais de uma vez a confirmar ou a desmentir, Tillerson não fez uma coisa nem outra. Donald Trump respondeu dizendo que se as pessoas analisassem o quoficiente de inteligência de ambos, ele ganharia. As relações até então urbanas, nunca atingiram o que se espera entre um presidente e o seu diplomata- chefe. Terça-feira, ao explicar o motivo da exoneração de Rex Tillerson, Donald Trump enfatizou as clivagens que com ele tinha. De acordo com o presidente, Tillerson não era exactamente a favor da revisão do acordo com o Irão, questão que prometeu rever durante a campanha eleitoral. Disse também que Tiilerson era boa pessoa e que lhe desejava boa sorte.
Há uma semana, a dissonância entre os dois esteve novamente exposta. No Quénia, a primeira escala de um périplo por África, Tillerson, sem saber o que se negociava entre as duas Coreias, disse que uma negociação com a Coreia do Norte carecia de uma negociação para se saber o que se iria negociar. Um dia depois, ou seja, quando Donald Trump deu luz verde a um encontro com Kim Jung Un, Tillerson fez uma inversão para se ajustar à posicão da Casa Branca. Tillerson já tinha experimentado um desaguizado com Trump por causa da Coreia. Um dia após ter dito que estava a tentar criar corredores para a resolução diplomática do contencioso nuclear com Pyongyang, Tillerson ouviu o presidente dizer que ele estava a perder tempo ao tentar estabelecer linhas de comunicação com a Coreia do Norte.
“Disse ao nosso secretário de Estado que ele estava a perder tempo ao tentar negociar com o homem-bomba”. Ficou claro, para quem tinha dúvidas, que havia uma descontinuidade entre Trump e Tillerson , pelo que para muitos analistas, o presidente dos Estados Unidos não tinha alternativa, pois quem estabelece a política a seguir é o presidente e não o secretário de Estado. Supostamente escolhido pelo facto de ter bons contactos na Rússia, cujo governo condecorou-lhe, e com quem Trump contava resolver, à sua maneira, todos os contenciosos, Tillerson deixa a meio as ideias que tinha em carteira, incluíndo o respeitante à própria Rússia. Embora o seu afastamento tivesse sido admitido em mais de uma ocasião, a gota de água terá sido o comentário que esta Segunda- feira fez a propósito do ataque com gás nervoso a que foram sujeitos um ex-espião russo e a filha.
Tillerson terá ido mais longe do que a Casa Branca ao indicar a Rússia como provável responsável pelo atentado. Após o seu regresso de África, cujo périplo foi obrigado a encurtar, Tillerson disse que não tinha falado com o presidente a respeito da sua exoneração, não sabia porque tinha saído, mas que agradecia a oportunidade que teve para prestar serviço público àquele nível. Fontes da Casa Branca disseram que Tillerson terá sido notificado por John Kelly, Chefe de Gabinete de Donald Trump. Tillerson foi substituído por Mike Pompeo, até então director da CIA. Pompeo goza da fama de ter bom relacionamento com Trump, que aprecia a forma como apresenta os seus briefings diários. A forma fácil como foi confirmado pelo Congresso sugere que não terá problemas com os legisladores.