A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, Benedito Daniel (PRS), Bela Malaquias (PHA) e o nacionalista Jorge Valentim enalteceram o reconhecimento feito ao Arquitecto da Paz, José Eduardo dos Santos, por ocasião dos 21 anos de Paz e Reconciliação Nacional, assinalado ontem
A celebração do 21º aniversário da paz e da reconciliação Nacional ficou marcada com a deposição de uma coroa de flores ao sarcófago do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, falecido em Julho de 2022 por do- ença na cidade de Barcelona, Espanha, aos 79 anos de idade. Coube ao Presidente da República João Lourenço prestar honras ao seu antecessor, descrito como o principal obreiro da paz, depois deste ter orientado: “nem mais um tiro.
Temos de preservar os homens vivos para negociar a paz”, depois da morte em combate do então líder da UNITA, Jonas Savimbi. Por essa razão, a classe política enalteceu o gesto do Presidente João Lourenço como é o caso da vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, que à margem da cerimónia realçou que a homenagem é merecida, porque o antigo Presidente da República foi promotor da paz e do desenvolvimento.
“O país esteve destruído durante anos por causa da guerra, mas foi com a conquista da paz que se conseguiu reabilitar infra-estruturas como estradas, pontes e hospitais. Por isso, cada angolano deve estar consciente que devemos continuar a cimentar a paz, a reconciliação nacional e todos juntos trabalharmos para colocarmos Angola na rota de desenvolvimento”, apelou.
Já o presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, considerou o gesto como sendo um símbolo de gratidão e sobretudo de grande reconhecimento, pois a data tem um valor político muito importante, na medida em que depois de 11 de Novembro, em que é celebrada a independência, o segundo dia comemorativo mais importante para os angolanos é o dia da paz. Manifestou também que o Presidente da República, ao fazer a deposição da coroa de flores ao sarcófago do seu antecessor, José Eduardo dos Santos, representa a conquista de um bem outrora negociado, mas sem sucesso.
Ainda assim, foi graças ao seu empenho e dedicação que a paz foi alcançada, daí ser uma figura incontornável para a história política de Angola. Por seu turno, a presidente do Partido Humanista de Angola (PHA), Florbela Malaquias, considera que o momento tem um valor político fundamental na medida em que de uma maneira ou de outra está-se a celebrar a paz, numa homenagem ao homem que viabilizou esse processo. “É importantíssimo que se preste esta homenagem.
A comemoração desta data vem à alma um sentimento de regozijo pelos angolanos por estarem em paz. Esta paz militar é um bom começo”, reconheceu Bela Malaquias, acrescentando que precisa-se de outras pazes, como a social, a económica, a espiritual, sendo certo que há todo um trabalho pela frente para se honrar o trabalho já foi feito pelo antigo presidente, José Eduardo dos Santos.
No entanto, defende que para que haja alguma continuidade precisamos trabalhar no sentido de desenvolver as outras vertentes de paz. O ponto de partida, segundo disse, passa pela eliminação das desigualdades sociais, da pobreza, pois a miséria é um elemento de instabilidade para o ser humano que não se cala diante de uma situação de mi- séria extrema.
Voz da experiência
Para o nacionalista e membro do Conselho da República, Jorge Valentim, o antigo Presiden- te dedicou toda a sua vida pela libertação do país, do progresso e pela irmandade. Daí ser imperioso que não se deva esquecer o trabalho dos mais velhos, com realce para os desenvolvidos pelo arquitecto da paz.
Considerou ainda que o apelo do actual Presidente da República, João Lourenço, em congregá- los para aquele acto, representa um gesto importante, pois trata-se de uma lição para a história presente e futura, que consolida a irmandade e a fraternidade entre os povos africanos perante a história.
“O mais importante de agora em diante é apoiar o Presidente, João Lourenço na construção do país, no trabalho de unidade e reconciliação nacional, no progresso e na justiça social. Vinte um anos de paz significa muito trabalho, sendo que há ainda muito por se fazer”, concluiu o político.