Os ministros dos Negócios Estrangeiros do BRICS reúniram-se a partir desta segundafeira no Rio de Janeiro e o primeiro dia será marcado por conversas sobre a reforma das instituições internacionais e guerras regionais.
Neste primeiro dia de reuniões, os onze ministros vão abordar o papel do grupo de países emergentes perante os desafios globais e as crises geopolíticas que se vivem atualmente, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, explicou em conferência de imprensa o secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Mauricio Carvalho Lyro.
Sem mencionar o nome da Rússia, país que pertence aos BRICS, Mauricio Carvalho Lyro sublinhou existirem países dentro do grupo “directa ou indirectamente” envolvidos em conflitos.
Esta segunda-feira, no Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro, os responsáveis máximos pela diplomacia dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também discutirão, entre outros assuntos, a reforma e o fortalecimento dos órgãos que regem a ordem internacional, especialmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Uma reforma “mais inclusiva”, com “maior representatividade e mais afectiva”, que “precisa de ser atualizada para dar conta dos desafios no mundo”, disse o diplomata do Brasil, país que desde a presidência do G20 em 2024 que vê neste tema uma das suas grandes prioridades diplomáticas.
Por isso, os ministros vão “trabalhar por uma governança mais representativa dos países do sul global”, enfatizou.
O Brasil, que preside o fórum de cooperação desde 1 de Janeiro, tem defendido que a reforma das instituições ajude a fortalecer a posição dos países em desenvolvimento e emergentes, enviando uma mensagem sobre a necessidade de um mundo menos desigual e mais equitativo.
Apesar destes serem os temas oficias desta segunda-feira, o principal tema será mesmo a rejeição das tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos e a defesa do multilateralismo.