Autoridades europeias temem que divergências sobre a proposta de acordo do presidente norte-americano Donald Trump para a Ucrânia coloquem as relações bilaterais dos países europeus com os EUA à prova e inviabilizem a cimeira da OTAN agendada para o final de Junho, informou ontem a mídia britânica
De acordo com o Financial Times (FT), citando uma autoridade da União Europeia (UE), o bloco acredita que qualquer movimento dos EUA para reconhecer a Crimeia ou exigir que a Europa alivie as sanções contra a Rússia “mataria a unidade da UE”.
Capitais europeias disseram ao governo Trump que seria impossível reconhecer a Crimeia como russa, informou o jornal.
Na Quarta-feira (23), o The Washington Post noticiou que os EUA estavam irritados com a relutância de Kiev em aceitar concessões territoriais e a sua preferência em discutir um cessar-fogo antes de outras questões.
Na Terça-feira (22), o jornal noticiou, citando pessoas familiarizadas com o assunto, que os EUA proporiam o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e o congelamento das actuais linhas de frente como parte de um acordo de paz durante conversas com representantes ucranianos e europeus, em Londres.
Na Quarta-feira, uma delegação ucraniana reuniu-se, em Londres, com o enviado especial de Trump, Keith Kellogg.
Após as negociações, o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrei Yermak, afirmou que Kiev defendia um cessar-fogo completo como pré-condição para o início do processo de paz, enfatizando que concessões por parte da Ucrânia em relação à sua soberania e integridade territorial eram inaceitáveis.
A Crimeia tornou-se uma região russa, em Março de 2014, após um referendo realizado após um golpe na Ucrânia. No referendo, 96,77% dos eleitores da Crimeia votaram pela adesão à Rússia.
A Ucrânia ainda considera a Crimeia seu território temporariamente ocupado, e muitos países ocidentais apoiam Kiev nessa questão.
A liderança russa afirmou, repetidamente, que os moradores da Crimeia votaram pela reunificação com a Rússia democraticamente, em total conformidade com o direito internacional e a Carta da ONU. Segundo o presidente russo Vladimir Putin, a questão da Crimeia está “encerrada”.