A adesão de Angola à Zona de Comércio Livre (ZCL) da SADC está prevista para ser formalizada em Maio e Junho de 2025, um passo que Pedro Godinho diz não ser vantajoso para o país, que deveria, primeiro, criar as suas condições em termos de capacidade produtiva e, naturalmente, poder se tornar um exportador. Queixa-se de que, em Angola, todos os dias há “mortes de empresas”, muitas das vezes em situações que advêm de decisões e de leis criadas. O presidente da Câmara de Comércio Estados Unidos-Angola começa, entretanto, por dizer que não tem dúvidas de que, pelo facto de Angola ser um país importador, as tarifas aplicadas pelo Presidente americano aos vários países do mundo terão impactos para nossa economia, apontando os consumidores finais como os que vão pagar a maior factura
Que avaliação a Câmara de Comércio Estados Unidos-Angola faz das tarifas aplicadas pelo Presidente americano e que implicações pode ter para a nossa economia?
Essa guerra das tarifas vai, naturalmente, afectar Angola, porque Angola é um país importador. Angola não produz nada. Então, tudo o que nós possamos pensar, seja no ponto de vista dos preços, serviços, alimentos, nós vivemos de importação. E com a subida dessas tarifas, naturalmente já devemos perceber que o nível do custo dos produtos no mercado internacional vai subir. Porque quando se é imposta uma tarifa a um determinado país, naturalmente o produto de importação vai ser muito mais caro e quem vai pagar a subida dos preços vai ser o consumidor final. Quem comercializa não vai perder, e como Angola só sabe comprar, só sabe importar, naturalmente vai pagar essa factura. Então, isso afecta consideravelmente e vai ter um impacto muito grande na perspectiva e na balança económica do país.
Directamente quais serão os impactos?
Directamente, não, porque Angola não tem exportado muito. Se tivermos como referência 2008, foi o pico das trocas comerciais entre Angola e os Estados Unidos. Esse pico chegou a 20,9 bilhões de USD, sendo 18,7% a exportação de Angola para os Estados Unidos, e 2,2% dos Estados Unidos para Angola. Portanto, hoje, essas trocas comerciais andam por volta de 2 bilhões de USD a caminho de 3 bilhões de USD. As trocas comerciais não são muito grandes. E o que se manteve constante ao longo desses anos foi a exportação dos Estados Unidos para Angola. Agora, a exportação de Angola para os Estados Unidos tem baixado a cada dia que passa. Portanto, Angola exporta petróleo bruto, mas, nesse momento, o grande número de petróleo que Angola exporta vai para a China, para países como a Índia.
Leia mais em