O negociador-chefe do Japão nomeado para negociar com os EUA as tarifas aduaneiras partiu, ontem, para Washington, onde vai reunir-se com os homólogos norte-americanos, com a esperança de obter “benefícios mútuos” para os dois países, noticiou o site Notícias ao Minuto
“Vou pensar cuidadosamente sobre o que melhor servirá os nossos interesses nacionais e o que será mais eficaz, e vamos conduzir negociações que protejam firmemente esses interesses”, disse Ryosei Akazawa antes de partir.
O responsável sublinhou que o resultado final depende da confiança, acrescentando que existem “boas capacidades comerciais” do lado americano e que considera viável uma situação “win-win” (vantajosa para ambos os lados).
Akazawa, ministro responsável pela Revitalização Económica e pelo Novo Capitalismo, vai estar nos Estados Unidos entre hoje[ontem] e Sábado, para negociar várias medidas, em reuniões previstas com o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.
O objectivo da viagem é “construir uma relação de confiança entre os representantes governamentais responsáveis” e “pedir uma revisão das medidas previstas”, disse Yoshimasa Hayashi, porta-voz do Governo, numa conferência de imprensa essa Terça-feira.
O Governo japonês tem vindo a pedir à Administração liderada por Donald Trump uma isenção da no va taxa sobre a indústria automóvel, que é particularmente prejudicial para o Japão na medida em que afecta uma das suas principais indústrias, que tem o maior mercado nos Estados Unidos, bem como outras tarifas aduaneiras anunciadas por Washington.
A nova taxa de imposto sobre os veículos de passageiros passa de 2,5% para 27,5% para as importações japonesas.
Donald Trump indicou que poderá dar mais tempo a alguns fabricantes de automóveis que estejam a ponderar deslocalizar instalações de produção para os Estados Unidos antes de lhes impôr as novas medidas.
O chefe de Estado anunciou também, na semana passada, uma pausa de 90 dias na aplicação do que designa como “tarifas recíprocas”, que afectam os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que ascendem a 24% no caso do Japão.
O Japão tem tido prioridade nas negociações sobre essas tarifas. A Administração Trump também lançou investigações de segurança nacional sobre as importações de chips e produtos farmacêuticos, que, segundo os ‘media’ americanos, serão utilizadas para impor novas tarifas sobre esses produtos.