A província do Bengo registou a maior taxa de incidência a nível nacional, em 2024, com uma média de 244,6 por 100 mil habitantes. Depois do Bengo, que reportou um total de 675,0, Benguela, Namibe, Cuanza-Norte, Lunda-Sul, Luanda e Moxico também apresentaram os maiores coeficientes de incidência
A taxa de incidência em 2023 foi de 190,4 para 100 mil habitantes, já em 2024 a taxa de incidência foi de 244,6 para 100 mil habitantes. Em 2024 a província do Bengo registou a taxa de incidência da tuberculose em 675,0, segundo a de Benguela com 420,2, Namibe com 414,3, Cuanza Norte com 349,7, Lunda-Sul com 325,7, Luanda com 293,6 e Moxico com 246,9. Para se ter noção de como o número de doentes tende a crescer, em 2023, a província de Benguela esteve com uma taxa de incidência de 398,4, Namibe 389,8, Moxico 217,4, Lunda-Sul 216,8, Lun- da-Norte 204,2, Bié 196,1, Cabinda 195,4 e Luanda 190,5.
Estas informações foram avan- çadas pelo coordenador em exercício do programa nacional de controlo da tuberculose, Damião Victoriano, no acto central do Dia Mundial da Tuberculose. Aquele dirigente disse ainda que todo o esforço tem sido feito, a nível nacional, no sentido de acompanhar as premissas do programa, que tem como missão acelerar a redução da incidência e da mortalidade por TB, baseados nos princípios de direito à saúde, universalidade, equidade, integração e participação comunitária em correspondência com as metas da estratégia “pôr fim a TB”.
Damião Victoriano contou que a taxa de prevalência da tuberculose por províncias em 2023 foi de 200,2 por 100 mil habitantes. As províncias do Namibe, Benguela, Moxico, Lunda-Sul, Lunda- Norte e Cabinda, apresentaram os maiores coeficientes de prevalência naquele ano. Em 2024, a taxa de prevalência nacional foi de 255,9 por 100 mil habitantes. Já aqui, as províncias de Bengo, Namibe, Benguela, Cuanza-Norte, Lunda-Sul, Luanda e Moxico apresentaram os maiores coeficientes de prevalência.
A faixa etária mais atingida em 2020 foi a de 25 a 34 anos de idade, com 25% e 24% respectivamente, seguida pela de 15 a 24 anos com 25% em 2021. Ainda em 2020, com uma taxa de 24%, o género masculino foi o mais atingido, e a percentagem subiu para 56% em 2021.
Por outro lado, o coordenador em exercício do programa nacional da tuberculose lembrou que, desde 2019, nos instrumentos de recolha de dados da TB, está exigida a desagregação em população alvo, tais como os profissionais de saúde, presos, mineiros, etc.
Dentre as províncias com casos de TB nos mineiros, o maior número de casos foi registado na província da Lunda-Sul, graças à rede de serviço de TB da empresa diamantífera de Catoca. O pessoal desta empresa e os seus familiares são seguidos na unidade sanitária de Catoca. A situação de TB nas outras empresas mineiras e nos mineiros do sector informal não é conhecida até a data presente, um facto que considera lamentável.
Expansão da rede de serviço TB, entre 2018 – 2024
O coordenador em exercício do programa nacional de controlo da tuberculose, Damião Vic- toriano, lembrou que em 2018, o país registava 13 hospitais, representando 6,3%, em 2024 a cifra subiu para 36 (17,3%). Destas unidades sanitárias incluem hospitais nacionais, provinciais e municipais ligados ao SNS. Estratificou que, em 2018, um total de 289 (10%) U.S tinham atendimento da TB (9 DAT, 13 Sanatórios, 120 UDT e 147 UT) e, em 2024, passamos para 407 U.S (8 DAT, 12 Sanatórios,167 UDT e 220 UT), ou seja, 13% das 3.03O U.S existentes do SNS.
O número de laboratórios de baciloscopia funcionais, em 2018, era 155, subiu para 187 em 2024, e de 111 (68%) municípios com capacidade para o diagnóstico e tratamento em 2018 para 157 (96%) dos 164 existentes.
Em 2018, tínhamos 14 provín- cias com capacidade de realizar diagnóstico da TB-MDR, e em 2024 todas as 18 províncias. De 20 máquinas GeneXpert, em 2018, para 68 em 2024, das quais 60 se encontram no sector público. Foram adquiridos 5 dispositivos BACTEC (3 em Luanda: 1 INIS, 1 CETEP, 1 Hospital Militar), 1 em Huambo e 1 em Benguela – ainda não instalado para a cultura e TSA (Teste de Sensibilidade aos Antibióticos).
Segundo Damião Victoriano, a região da SADC é o epicentro da tuberculose em África, tendo em conta que 12 dos 16 países mem- bros constam da lista dos 30 pa- íses mais afectados pela TB no mundo, na qual Angola está in- cluída. A resposta à TB na região da SADC é orientada pela Estratégia da Eliminação da TB “END TB” da Organização Mundial de Saúde no âmbito dos Objectivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2016-2030, pelo Plano Estratégico Regional da SADC para a TB e pelos planos estraté- gicos nacionais. Para finalizar, disse que a pan- demia de covid-19 afectou forte- mente o progresso na eliminação da TB.