Na transcorrida sextafeira, dia 21 de Março, em Calandula, município da Província de Malanje, assistiu-se à final do Concurso Educacional, organizado pela Direcção Municipal da Educação.
O referido Concurso comportou áreas como “Artes Plásticas” e categorias como “Leitura”, “Soletração” e “Redacção”, atinentes à Língua Portuguesa.
Vale sublinhar que é o primeiro Concurso Educacional neste formato, marcando um momento interessante sobre o reconhecimento de habilidades e competências artísticas e linguísticas dos estudantes dos diferentes ciclos formativos como o Ensino Primário, I Ciclo e o II Ciclo do Ensino Secundário.
Nisto, propusemo-nos a reflectir sobre o valor dos concursos educacionais na vida estudantil. Muitas vezes, as instituições escolares se concentram apenas em seguir os programas elencados pelo Gabinete Provincial, pelas Direcções Municipais ou pelo Ministério da Educação, ministrando as diversas aulas das disciplinas que perfazem a grelha curricular, deixando pouco ou nada para os desafios extracurriculares que possam preparar os petizes para os desafios da sociedade, baseados no saber fazer.
Nisto, percebemos que os estudantes que participam desses eventos servem de modelo e estimulam outros estudantes a participar nas próximas edições.
No cômputo geral, os concursos equipam os participantes com uma mente mais reflexiva, crítica e autónoma, capazes de desenvolver grandes habilidades e, talvez, “competências superiores” a todas aquelas esperadas em sala de aula, como enfrentar o público, demonstrar a calma e a concentração na resolução de problemas e saber trabalhar em equipe, dependendo dos critérios e os formatos dos concursos.
Os concursos educacionais são importantíssimos na medida em que servem de alavanca para impulsionar o desenvolvimento de competências académicas – ajudam a saber colocar em prática o que se aprendeu –, torna visível a meritocracia, serve de exemplo para os demais e proporciona um ambiente plausível aos premiados, conferindo-lhes, igualmente, “visibilidade”.
No entanto, não se deve olhar para os benefícios unicamente para quem tenha arrecadado prémios ou para os que tenham conseguido uma classificação maior.
Assim, percebe-se, por exemplo, que cada participante, ao seu nível, terá algum benefício como o de ganhar experiência, conhecimento e a lista continua.
Os concursos educacionais têm sido realizados principalmente pelas escolas, mas a Direcção Municipal de Calandula deu um grande exemplo, mostrando que é também da responsabilidade das Direcções Municipais e do Gabinete Provincial da Educação, reconhecer e estimular o desenvolvimento de competências, vistas no saber fazer.
Assim, realizar Concursos entre turmas e inter escolar são indispensáveis na construção de uma aprendizagem significativa, preparando os estudantes para os desafios futuros, despertando habilidades como a de lidar com o público, controlar-se diante de pressão e aprender a fazer, fazendo.
Portanto, que os estudantes encontrem mais espaços para colocar em prática o que aprendem e comecem, desde já, a ver o valor do desenvolvimento de competências baseadas na aprendizagem significativa e no autodidatismo!
Por: Pedro Justino “Cabalmente”
*Professor e Académico