“Figurações do Insólito na Literatura Angolana – Teoria Crítica e Didáctica da Literatura” é a mais recente obra do escritor Hélder Simbad, que vai ser apresentada na quarta-feira, 13, às 16 horas, na sede da União dos Escritores Angolanos, em Luanda
Ao falar ao jornal OPAÍS, o escritor disse tratar-se de um trabalho científico sobre a categorização do insólito na literatura angolana, onde procurou criar um corpo conceptual e, a partir do mesmo, classificar diferentes narrativas insólitas produzidas por autores angolanos e estrangeiros.
Com a presente obra, Simbad pretende elevar a importância dos estudos literários para integração da cultura e do próprio autor angolano, no plano da teoria da literatura.
“Esta obra reformula conceitos que são meramente concepções culturais, referentes a povos específicos que não se constituem como categorias universais”, explicou.
De acordo com o Hélder, a partir da teoria da prosa animista, vai ser analisada a literatura produzida no país, que não se enquadra em muitos géneros ou estilos que têm sido referidos, pois pertencem a uma cultura que deve ser analisada a partir de argumentos que tragam a verdade cultural desses povos.
“O livro é direccionado a toda comunidade literária para clarificar várias dúvidas tidas por estudantes e críticos, apresentadas em comunicações e trabalhos científicos”, disse.
Além disso, Hélder gostaria que a obra ocupasse o lugar devido, no âmbito da literatura e dos estudos literários no geral, contribuindo para a diversificação de saberes para a melhor compreensão da literatura.
Quanto ao seu percurso na literatura, disse ser positivo, com aceitação e respeito, pelo que garante continuar a dar o seu contributo para o desenvolvimento particular e da literatura angolana.
Sobre o autor
Hélder Simbad é casado, escritor, crítico literário, docente universitário na Universidade Jean Piaget, coordenador-geral do “Movimento Litteragris”.
Autor de quatro obras literárias publicadas, nomeadamente “Insurreição dos Signos” (duas edições, portuguesa e brasileira), “A Palanca dos Chifres Dourados”, “Dorsal Grito da Zunga”, ‘‘Enviesada Rosa’’, que venceu o premio literário António Jacinto 2017.
Começou a se envolver na literatura no final da década de 90, através do género poesia, foi se desenvolvendo individualmente com muitas interrupções, durante a jornada encontrou-se com jovens que juntos formaram o “Movimento Litteragris” em 2015, que permitiu ser o Hélder que é hoje.