“Os mortos não precisam de flores” é o mais recente trabalho do grupo teatral Eros Art, escrito por Sérgio Ricardo Quaresma, que será estreado no corrente mês (29), às 19 horas, na sala 2 do auditório Njinga Mbande, em Luanda
A peça teatral de gênero drama e comédia, com uma hora de duração, aborda os vários aspectos da vida, especialmente a desvalorização das pessoas enquanto estão em vida e a sua “veneração” quando estas partem do mundo dos vivos.
Protagonizado por sete actores, o enredo da peça gira em torno da vida de Carlos (personagem interpretada por Nelson Arch), um jovem empresário que tem como noiva Vanessa (interpretada por Éven de Fátima), uma mulher ambiciosa, que está com Carlos só para usufruir dos bens materiais.
Com o apoio do seu cúmplice Bruno (Sérgio Quaresma), que por sinal é o melhor amigo do seu noivo Carlos, Vanessa procura arquitetar um plano para tirar a vida do parceiro e ficar com os bens só para si.
Após a morte do parceiro, as coisas não correm como o esperado e Vanessa vê sua vida cair na ruína. Movida pelo sentimento de culpa e arrependimento profundo, a mesma tenta se redimir das suas acções se dedicando a cuidar da campa do antigo parceiro, enfeitando com flores e belos adornos, mas de nada lhe servem as tentativas.
Por fim, acaba perdendo o respeito e o carinho de todas as pessoas próximas a si, o que a leva a cair no desalento, assombrada pela depressão, inércia e melancolia.
Segundo Áureo Jorge, porta-voz do grupo, a intenção da peça é advertir a sociedade sobre a importância de se valorizar as pessoas enquanto estão em vida.
Por outro lado, explica que a peça aborda também aspectos como a inveja, a infidelidade e a cobiça. “Pretendemos com esta peça levar as pessoas a se divertirem, mas acima de tudo reflectirem sobre questões que vamos vivendo no nosso dia-a-dia, situações de inveja, orgulho, prepotência, cobiça e outros maus hábitos que invadem o nosso coração”, explicou o jovem actor.
Educar a sociedade por meio das artes
Na qualidade de actor e comunicólogo, Áureo Jorge entende que as artes, de modo geral, têm este papel de educar e transformar a sociedade, trazendo em abordagens os vários assuntos e problemáticas para serem discutidas e ou reflectidas mas de um modo divertido e interactivo.
Através do teatro, o jovem afirma que o seu grupo tem procurado maneiras de contribuir para a construção de uma sociedade cada vez mais harmoniosa e salutável, primando, na maioria das obras, por temas que, de um modo ou de outro, tendem a apelar pela mudança de comportamentos e atitudes.
“Se reparar, as coisas que são abordadas nesta peça são questões muito presentes no nosso quotidiano, e nós, enquanto fazedores de arte, queremos contribuir na resolução destas problemáticas e construir uma sociedade mais saudável e harmoniosa”, frisou.
Sobre o Grupo teatral
Eros Art é um grupo teatral fundado em 2023 por um grupo de jovens actores formados em teatro pelo Horizonte Njinga Mbande, e tem como presidente e roteirista Sérgio Quaresma.
O grupo é formado por cerca de oito elementos e tem procurado se expandir no mercado artístico com exibições de peças genuínas e que visam abordar diversas situações e realidades vividas.