A homologação da primeira volta do Girabola e a rejeição do protesto do Desportivo da Lunda Sul pela FAF colocam em evidência um ponto sensível na actual estrutura do futebol em Angola, a gestão transparente e eficiente das competições nacionais.
O protesto do clube lunda reflecte uma visão contrária sobre a aplicação dos regulamentos e a comunicação entre as partes envolvidas, o que, sem dúvida, prejudica a confiança dos clubes na gestão da federação.
O episódio também expõe a necessidade de maior clareza e antecedência nas decisões da FAF, especialmente quando se trata da utilização de jogadores e outros aspectos técnicos que podem afectar directamente os resultados dos jogos.
A publicação de comunicados e regulamentos com antecedência suficiente para que todas as partes envolvidas possam tomar conhecimento e adaptar-se às novas regras é fundamental para evitar desentendimentos e garantir um ambiente mais saudável e profissional para todos.
Para uma segunda volta mais harmoniosa do Girabola, é imprescindível que a FAF invista na melhoria da comunicação e na transparência dos processos.
Além disso, a FAF poderia promover mais diálogos construtivos com os clubes, ouvindo as suas preocupações e garantindo que as decisões tomadas sejam sempre em prol do desenvolvimento do futebol nacional.
Assim, o campeonato poderá crescer não apenas em termos competitivos, mas também na credibilidade e transparência. No que à competição diz respeito, a classificação final da primeira etapa do Girabola 2024/25, com destaque para as equipas da parte superior da tabela, prognostica uma segunda volta muito competitiva.
O Petro de Luanda, com uma campanha quase perfeita (12 vitórias e 3 empates), está a liderar com uma grande vantagem, mas o Wiliete e o 1.º de Agosto não estão distantes e poderão entrar numa luta intensa para alcançar a liderança.
A diferença de pontos entre os líderes e os clubes como o São Salvador e o CD Lunda Sul, que ocupam o 4.º e 5.º lugares, demonstra que, se esses melhorarem a sua consistência e regularidade, podem entrar na disputa pelos lugares de topo na segunda volta.
As equipas que estão no meio da tabela, como o Sagrada Esperança, Interclube e Bravos do Maquis, têm margem para ascender, especialmente se conseguirem blindar as defesas e melhorar o rendimento ofensivo.
Por outro lado, as equipas que ocupam as últimas posições, como o Luanda City, Isaac de Benguela e o Santa Rita, terão que melhorar significativamente a sua prestação, para evitar a luta pela permanência no Girabola.
A diferença de pontos entre essas equipas é pequena, o que aumenta a importância de uma boa recuperação no segundo turno, já que podem escapar da zona de despromoção com uma boa sequência de resultados.
Estou esperançado de que a segunda volta do Girabola pode ser interessante, com a luta pela liderança a aquecer entre o Petro, Wiliete, 1* de Agosto, Sagrada Esperança, Interclube e Kabuscorp, e a luta pela manutenção a ser igualmente aliciante para as equipas que estão na parte inferior da tabela.
Por isso, acho essencial que os clubes cumpram com os seus planos de preparação de jogo a jogo, promovam a integração dos reforços e ajustem as estratégias, para que tenhamos uma segunda volta equilibrada e competitiva.
Finalmente, e não menos importante, é fundamental a melhoria da prestação dos árbitros na segunda volta do Girabola para garantir um campeonato mais justo e equilibrado.
As muitas queixas registadas na primeira volta indicam que há pontos críticos a serem corrigidos, principalmente na uniformização das decisões, tendo como base o cumprimento das regras universais do futebol.
Por: Luís Caetano