Estão criadas as condições para a realização, em Abril próximo, no Centro Cultural Português e polos habituais, da IV edição do Festival Internacional de Cinema de Luanda – DOC LUANDA 2025.
O evento, que nesta edição surgirá com algumas inovações ao nível estrutural, contará com a participação de convidados internacionais, mais uma sala para exibição e prémios em numerário para a Competição Nacional.
Jorge António, coordenadorgeral do evento, em entrevista ao Jornal OPAÍS, garantiu que a organização está agora empenhada nos últimos detalhes da festa, e convidou um artista plástico para trabalhar a imagem/cartaz de cada edição.
Para esta IV edição, o convite recaiu ao artista plástico angolano Bibelde Hyrcan, que, com o seu génio criativo, vai movimentando pinceladas, cores e luzes, visando proporcionar um retrato especial ao referido evento.
“Temos tido a felicidade de os convidados aceitarem o desafio e partilharem connosco o seu talento, dando-nos uma visão única e original do seu trabalho. O Mário Tendinha, na I edição, o Célio Pombo, na II, a Imanni Silva, na II, e para a IV edição, o convite foi feito a um dos mais talentosos artistas angolanos, Bibelde Hyrcan”, disse Jorge António.
O também cineasta salientou que as inscrições para a presente edição iniciaram entre os meses de Agosto e Outubro do ano transacto, como normalmente acontece em cada festival, tendo para o efeito recebido, para este ano, dezenas de alistamentos internacionais.
Para Jorge António, trata-se de um recorde para a competição nacional, em que terão 10 filmes em disputa, numa média aceitável na relação, qualidade técnica, estética e narrativa, o que deixa a organização satisfeita.
O cineasta sublinhou que tal procedimento leva-os também a acreditar que o DOC LUANDA tem contribuído com todos os seus programas e apoios para algum desenvolvimento, para o Documentário angolano.
“Celebramos nesta IV Edição do Festival Internacional de Cinema de Luanda- DOC LUANDA, o 50.º Aniversário da Independência Nacional, com sessões muito especiais. Mais filmes nas competições oficiais, nacional e internacional”, realçou.
Tributo
Este ano, no que ao capítulo das homenagens diz respeito, Jorge António realçou que a presente edição do festival, renderá tributo ao jornalista, produtor e realizador, Nguxi dos Santos.
Nascido no município do Nzeto, província do Zaire, a 22 de Janeiro de 1960, foi repórter da Guerra Civil Angolana, entre 1979 e 1989, pertencendo à Direcção Política do Departamento de Cinema FAPLA.
Produtor e realizador no TPA, onde trabalhou durante 35 anos, foi realizador e produtor de inúmeros programas de televisão, onde alguns foram pioneiros, como Revista Musical.
Os seus filmes “Mamã Muxima”, “Pelo Silêncio das Armas”, “O Grande Desafio” e “Um Homem Enterrado Vivo” levam-no ao Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2005, e mais recentemente em 2015 na categoria de cinema com o Documentário “Langidila”.
Nguxi dos Santos foi sócio e co-fundador da Produtora Dread Locks e é actualmente o patrono da Nguxi dos Santos Produções. Além das homenagens, o Festival Internacional de Cinema incluirá no cronograma debates, masterclasses, performances, exposições de artes plásticas, feira do livro, entre outras atracções.
Já no que ao corpo de jurado desta IV edição se refere, Jorge António adiantou que a organização vai, este ano, ter em Luanda, a Presidente do Júri Internacional, a realizadora argelina, Latifa Saiid e o argumentista do filme Nayola, Virgílio Almeida, que também orientará um workshop.
Juntar-se-á também a este magno evento a maior investigadora de cinema angolano e dos PALOP, Maria do Carmo Piçarra, autora dos livros “Angola, Nascimento de uma Nação Vol. I, II e III”, a quem também caberá a abertura da exposição comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional.