Trata-se da primeira vez, em quase 50 anos de Independência, que Angola vai assumir a presidência rotativa da Organização Continental, em substituição da Mauritânia.
Segundo os Serviços de Imprensa da Presidência da República, o Chefe de Estado angolano receberá das mãos do seu antecessor, o Presidente da Mauritânia, Mohamed Ghazouani, o martelo simbólico e, a partir daquele momento, dirigirá os trabalhos desta Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
A propósito, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse, em recente entrevista à ANGOP, que a presidência de Angola vai potenciar a resolução de conflitos e o desenvolvimento sustentável de África, através de políticas e planos que beneficiem o continente.
Realçou que há uma forte intenção de o país mostrar o seu com promisso com o desenvolvimento sustentável e a unidade entre as nações africanas, com iniciativas focadas na educação, saúde e redução da pobreza, para a melhoria da qualidade de vida dos africanos.
“A oportunidade de Angola liderar a organização continental pela primeira vez, especialmente no ano que marca o 50.º aniversário de sua independência, é um profundo momento de orgulho e reflexão”, salientou, frisando que o país espera ser “um farol de esperança e progresso”, reflectindo seu “compromisso inabalável” com o futuro de África.
Angola, sublinhou o ministro, perspectiva promover a paz e a segurança em toda a África, alavancando sua experiência histórica em mediação e resolução de conflitos, o que inclui abordar os conflitos em curso em áreas como os Grandes Lagos, o Sahel e o Corno de África, defendendo o diálogo e a negociação, em vez de soluções militares.
Observou que Angola defende a cooperação multilateral, por entender que os desafios enfrentados por África exigem soluções colectivas, razão pela qual trabalhou em estreita colaboração com parceiros internacionais e países vizinhos para desenvolver estratégias abrangentes para a paz e o desenvolvimento no continente.
“Angola perspectiva uma presidência da União Africana caracterizada por um compromisso com a governança colaborativa, a construção da paz e o empoderamento económico do continente, pois o país deseja ser farol de esperança e progresso durante o seu mandato”, de acordo com o chefe da diplomacia angolana.
Entretanto, a Cimeira de alto nível está a ser antecedida por vários eventos, com destaque para 46.ª Sessão do Conselho Executivo da UA que analisa, esta quarta-feira, o Relatório da 49.ª Sessão Ordinária do Comité de Representantes Permanentes (COREP), o Relatório Anual das Actividades da União, dos seus Órgãos e dos Campeões, o Relatório da 15.ª Reunião do Conselho dos Ministros do Comércio da Zona de Comércio Livre Continental (ZCLCA), bem como a Emergência de Saúde Pública de Segurança Continental (PHECS).
Os delegados estão igualmente a analisar os Projectos de Instrumentos Jurídicos, os Relatórios dos Comités do Conselho Executivo, os Pontos propostos pelos Estados-membros, o Projecto de Agenda e os Projectos de Decisões da 38.ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
O encontro vai também eleger e nomear seis comissários da Comissão da UA e outros responsáveis seniores dos órgãos da União Africana. O ministro das Relações Exteriores, Téte António, chefia a delegação angolana ao evento que integra, entre outras personalidades, secretária de Estado para as Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, a secretária de Estado da Cultura, Maria de Jesus, e o embaixador de Angola na Etiópia, Miguel Bembe.