A responsável explicou que o levantamento feito por aquela área do Hospital Geral de Benguela aponta a falta de recursos económicos de muitas famílias como estando na base do abandono de pacientes no Hospital Geral, principal unidade sanitária da província de Benguela.
Em declarações à imprensa, à margem da «Feira da Saúde», realizada para assinalar os 129 anos de existência daquela unidade sanitária, revelou que, de Janeiro à presente data, a sua área registou 6 casos de abandono hospitalar, ao mesmo tempo que se manifestou preocupada em relação à tendência de aumento, em virtude de as pessoas terem no hospital o suporte «para o apoio alimentar».
Nesta perspectiva, a psicóloga clínica declarou, em exclusivo a este jornal, que “muitas dessas famílias não têm meios de subsistência para a alimentação”. Logo, sustenta, acabam por atirar essa responsabilidade ao hospital, desvinculando, em muitos casos, esse ou aquele membro da família.
Santiago dá conta de que a sua área tem vindo a desenvolver uma série de acções visando a melhoria no atendimento médico, manifestando-se, pois, consciente das reclamações que, volta-e-meia, os utentes fazem.
«Temos vindo a trabalhar na melhoria da própria assistência», vincou, realçando que essa acção tem estado a surtir os efeitos desejados pela sua área. Ela declara ter havido melhoria, na medida em que o número de reclamações vem baixando significativamente, se comparado aos anos transactos, com destaque para 2024.
A título de exemplo, Rosemery Santiago refere que, neste ano, registaram apenas cinco casos. “O objectivo é ter uma redução significativa das queixas, dos conflitos intra-hospitalar.
Quando assumimos o gabinete, o número era bem maior”. Os utentes, nos últimos tempos, têm se queixado da forma pouco urbana com que alguns seguranças os têm tratado.
Santiago assegura trabalho pedagógico junto dos agentes de protecção física para se inverter o quadro. De acordo com a responsável, há ainda algum caminho a percorrer até se chegar à perfeição, no que se refere ao atendimento, porém, neste particular, sugere que cada um – utentes e técnicos de saúde – deve fazer a sua parte.
A feira da oportunidade
A direcção do Hospital Geral de Benguela promoveu, na terça-feira, 11, uma feira de saúde para a qual acorreram vários pacientes para consultas grátis que, em condições normais, levariam muito a ser feitas.
Fisioterapia, pediatria, oftalmologia, estomatologia, ginecologia e medicina geral são, de entre outras, especialidades «oferecidas» pela equipa médica multidisciplinar do Hospital Geral.
A senhora Teresa Augusta há muito que não conseguia fazer uma consulta de ginecologia, por alegado mau atendimento de alguns técnicos, associado ao facto de existir médicos que prestam mais atenção às unidades sanitárias privadas do que às públicas. Assim sendo, viu na feira a oportunidade para se consultar. “Não conseguia marcar consulta.
O atendimento no hospital não tem sido bom. Há pessoas que não têm condições e ficam muito tempo só para marcar uma consulta”, considera. Dona Maria Bernardo Santos sentiu algumas dores no corpo na noite de segunda para terça-feira, e dirigia-se ao hospital quando deu pela feira. E, quando soube que havia essa oportunidade, decidiu parar no jardim Deolinda Rodrigues, onde decorria a feira.
Por: Constantino Eduardo em Benguela