As fontes deste jornal sustentam que, desde logo, o governador de Benguela pretende prevenir possíveis «assaltos» ao erário, por isso é que resolveu, antes de ter avançado com a nomeação, investigar cada candidato, tendo, para o efeito, contando com os préstimos do SINSE. Uma fonte viu nisso a razão de Benguela ter sido a província que mais demorou a indicar gestores para as novas regiões.
Maior parte dos treze novos gestores públicos era, até bem pouco tempo, administrador comunal e, assim que a Divisão Político-administrativa entrou em vigor, o governador solicitou aos administradores de regiões a que eram adstritas propostas de nomes. “E eles propuseram justa- mente aquele que já lá estavam e enviaram.
O governador solicitou que se passasse um pente fino”, rematou um oficial ligado ao SINSE, que pede para não ser identificado. Depois do aludido pente fino, o governador de Benguela nomeou- os e empossou, em cerimónia de- corrida no Museu Nacional de Arqueologia, à praia Morena, na sexta-feira, 07. Na ocasião, Nunes Júnior pediu empenho, ao mesmo tempo que se manifestou optimista em relação aos resultados que podem vir a ser alcançados.
Para os ora empossados, o governador de Benguela antevê momentos difíceis, tal é a «engenhosa tarefa» de governar, mas acredita que os novos quadros escolhidos a dedos – com predica- dos técnicos reconhecidos – como sublinhou – estão preparados para o que daí vem.
O governante adverte, porém, que os cidadãos exigem cada vez mais soluções rápidas e eficazes aos seus problemas e preocupações do dia-a-dia, lembrando, pois, a eles que, na qualidade de servidores públicos, cabe estarem à altura para corresponder às exigências da população. Júnior desafia os administra- dores a serem capazes de obter os melhores resultados na acção governativa, apesar de os recursos, sobretudo financeiros, serem escassos. “Sejam capazes de ter melhores e os maiores resultados com o mínimo de recursos”, manifesta.
Administradores entram e esperam por OGE
Ficou subjacente à conversa que este jornal mantém com os no- vos administradores, que os recursos ainda não estão disponíveis, porém estão optimistas de que, não tarda, o Governo vá disponibilizar os recursos de que precisam. Momentos antes de os ter nomeado, o governador de Benguela, Nunes Júnior, tranquilizava, isto em declarações à TV Zimbo, com a alegação de que o OGE/2025 previa recursos para cada uma das regiões elevadas a município.
Há, de entre as regiões, aquelas que já têm meio caminho andado, porque, à partida, dispõem de fontes de arrecadação de receitas, como mercados informais, capazes de fazer face à gestão. Tal é o caso, por exemplo, dos Navegantes, que «roubam» a Benguela a praça do 4 de Abril. “Vamos tentar interagir com aquilo que está lá no mercado e, depois, vamos aplicar aqui- lo que é a lei. Existe uma lei que regula”, esclarece João Tomás, o administrador.
O administrador da Babahera, Domingos Bandula, aponta os sectores da educação, saúde e agricultura como aqueles que devem merecer da sua acção governativa uma atenção especial. “Para além das vias terciárias, porque aquelas é que vão fazer com que consigamos tirar os produtos de localidades mui- to distantes para as mais próximas”, disse, ao referir que, em relação aos recursos financeiros, “tão logo estivermos a entrar nos serviços, encontraremos esta situação que vamos resolver, com a ajuda do Governo Provincial”, prevê.
Ainda sobre a matéria de finanças, a administradora do jovem município do Chindumbo, Laurinda Veríssimo, diz que se vai aguardar um pouco, mas manifesta confiante de que a qualquer altura hão-de ter os recursos financeiros, ao mesmo tempo que pede aos munícipes que confiem nela.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela