As redes sociais têm tido um impacto profundo no desporto em todo o mundo, especialmente em países com carências em infraestruturas e programas para formação de jovens talentos.
Por um lado, essas plataformas oferecem uma janela para o mundo, permitindo que atletas de lugares menos privilegiados mostrem o seu talento e conquistem a visibilidade internacional sem depender das tradicionais grandes ligas ou academias de alto nível.
Por outro, muitos jovens têm a oportunidade de ser “descobertos” por clubes ou empresários através de vídeos e publicações que circulam nas redes sociais, criando uma espécie de “igualdade” no acesso ao sucesso.
No entanto, essa visibilidade pode ser uma faca de dois gumes. A falta de infraestruturas adequadas de treino e suporte técnico de qualidade pode prejudicar o desenvolvimento dos atletas.
Apesar do talento ser algo inato, a evolução para o nível de alta competição exige mais do que apenas exposição. A ausência de programas de formação robustos, campos de treino bem equipados e apoio psicológico, entre outros, pode limitar o crescimento de um atleta, levando a um desempenho aquém do seu potencial.
Além disso, as redes sociais podem gerar uma pressão excessiva sobre esses jovens, principalmente quando são expostos a comparações constantes com atletas de outros países com mais recursos.
A pressão da fama rápida e a busca por likes, seguidores e reconhecimento podem desviar o foco daquilo que realmente importa no desenvolvimento do talento que são o trabalho árduo, disciplina e o investimento contínuo na evolução pessoal, assim como na carreira desportiva.
Portanto, enquanto as redes sociais oferecem novas oportunidades, elas não podem substituir a necessidade de um sistema de formação solidificado que tenha em mente não só o desenvolvimento técnico, mas também a saúde mental e o apoio integral dos jovens atletas.
Por: Luís Caetano