O comando da Polícia Nacional diz que, por via de uma denúncia, no dia 4 de Fevereiro do corrente ano, tomou conhecimento da tentativa de extorsão e abuso de poder, praticados por dois agentes afectos ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais, que respondem pelo nome de Nelson Zeferino Bambi e António Lando Chicambi Manuel, ambos ostentam a patente de terceiro subchefe Rezam os factos que tal ocorreu quando os efectivos em causa efectuaram diligências fora dos marcos legais que balizam a autuação policial, tendo interpelado, na via pública, um cidadão comerciante a quem retiveram indevidamente a sua viatura, condicionando a sua restituição ao pagamento de uma quantia monetária de três milhões e oitocentos mil kwanzas – conforme ilustra a nota de imprensa, lavrada pelo porta-voz da Polícia, superintendente-chefe Ernesto Tchiwale.
De acordo com o documento a que este jornal teve acesso, por haver indícios suficientes da prática de crime, e passível de acção disciplinar, o comandante provincial, Aristófanes dos Santos, suspendeu imediatamente de funções os dois efectivos e, acto contínuo, foram detidos.
“Foi aberto o competente processo-crime e mandado instaurar um inquérito junto da Inspecção (do Comando)”, lê-se na nota, datada de 5 de Fevereiro.
Deste modo, o Comando Provincial da Polícia Nacional repugna aquilo que considera de mau-comportamento praticado pelos seus efectivos, ao mesmo tempo que agradece a «oportuna denúncia dos cidadãos», lembrando, pois, que qualquer autuação policial deve observar os parâmetros legais, sob pena de os prevaricadores serem responsabilizados criminal e disciplinarmente.
“Todos aqueles que procederem em desconformidade com as normas previstas na Constituição e na lei”, adverte. Este é o segundo caso de alegada conduta indecorosa envolvendo agentes da Polícia Nacional em Benguela, um facto que, segundo constação de alguns especialistas afectos ao Comando Provincial, vem materializar a promessa feita pelo comandante de afastar da corporação aqueles que qualificou de «bandidos».
O primeiro caso deu-se há cerca de 15 dias, em que o antigo comandante municipal interino era suspeito de dar guarida a cidadãos chineses, acusados de práticas de mineração e criptomoedas, proibidas por lei.
Saliente-se, neste diapasão, que, em Dezembro de 2024, o também delegado do MININT advertiu à tropa em parada, na UPIP, que iria tolerar comportamentos que pusessem em causa o bom nome da corporação, de sorte que tenha aconselhado aos efectivos que se abstenham de práticas que possam configurar crimes.
POR: Constantino Eduardo em Benguela