O entusiasmo gerado pela qualificação de Angola para a Taça Africana das Nações, Marrocos 2025, é, sem dúvida, justificado. A participação dos Palancas Negras nesta competição, especialmente após a excelente prestação na última edição, disputada na Côte d’Ivoire, onde atingiu os quartos-de-final, renova as esperanças dos adeptos, ansiosos por ver a sua equipa nacional mais uma vez entre os grandes do futebol africano. Contudo, é importante lembrar que o CAN não será uma tarefa fácil para Angola.
A competição é extremamente exigente, e para que a selecção chegue o mais longe possível, será necessário mais do que um simples entrosamento entre os jogadores.
O técnico Pedro Gonçalves tem um grande desafio pela frente: além de convocar os melhores jogadores do momento, terá de preparar minuciosamente cada jogo, respeitando as características dos adversários da fase de grupos, África do Sul, Zimbabwe e Egipto. Cada jogo exigirá uma estratégia bem definida, e qualquer erro táctico pode ser fatal para as ambições do combinado nacional.
Outro ponto de extrema relevância será a preparação administrativa da Federação Angolana de Futebol para a competição. Não basta contar apenas com o talento dos jogadores, será imperativo que a FAF assegure uma preparação eficaz, com jogos de preparação contra adversários de qualidade, condições adequadas para os atletas e motivação constante.
Os prémios de jogos, os incentivos e a organização devem ser parte integrante dessa preparação, para que os jogadores se sintam valorizados e motivados a dar o seu melhor dentro das quatro linhas.
Evitar invenções de última hora e garantir que a selecção tenha todo o apoio logístico necessário será fundamental para o sucesso da missão. O espírito patriótico também vai desempenhar um papel vital.
Angola tem demonstrado uma enorme capacidade de superação nas competições internacionais, e esse espírito de união e orgulho nacional deverá ser mais uma força para os Palancas Negras.
No entanto, será necessário mais do que apenas paixão para garantir um bom desempenho na prova, será preciso união, estratégia e trabalho árduo para que a qualificação e a ambição de Angola no CAN 2025 não fiquem apenas no campo dos sonhos, mas se concretizem em bons resultados. Angola deve estar ciente de que o CAN nunca será “favas contadas”.
A competição é imprevisível e repleta de equipas de grande qualidade, e a caminhada exigirá preparação, competência e, acima de tudo, resiliência. Só com esses elementos será possível garantir que a participação de Angola no CAN Marrocos 2025, seja um estrondoso sucesso.