Ao proceder à abertura da Conferência Internacional de Biodiversidade e Áreas de Conservação (CIBAC), ontem, em Luanda-Angola, o Presidente da República, João Manuel Lourenço, exortou a classe dos ambientalistas e outros especialistas ligados ao sector a realizarem estudos de variação ambiental que ajudem a evitar danos, nas principais rotas migratórias de certas espécies.
“Muitas espécies migratórias de Angola sobrevoam, a custo, em direcção ao interior, colidindo com cabos eléctricos, painéis solares, edifícios altos, entre outros obstáculos, sendo importante a realização de estudos de variação ambiental, para evitar danos, nas principais rotas migratórias”, disse o Presidente da República, tendo realçado que, para tal, é necessário conhecer-se melhor as trajetórias dessas espécies. João Lourenço referiu também sobre relatos dos anos passados, que dão conta da morte de várias espécies migratórias e raras.
De acordo com o Chefe do Executivo angolano, o Ministério do Ambiente, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com o financiamento do Fundo Global para o Ambiente, iniciou, em 2016, a implementação do Projecto de Expansão e Fortalecimento do Sistema de Áreas Protegidas em Angola, com o objectivo de melhorar a gestão do sistema de áreas protegidas.
“Muitos esforços têm sido feitos para proteger zonas importantes de refúgios de algumas espécies raras, endémicas ou ameaçadas”, realçou João Lourenço, tendo-se referido aos exemplos da Floresta da Damba, no Uíge, que alberga uma população importante de pacaças, e da Floresta do Mungo, no Huambo, que recebe milhões de falcões-pé-vermelho, aves que deixam as suas terras europeias e asiáticas, para se instalar, temporariamente, em Angola.