Em declarações recentes à imprensa, a responsável criticou a falta de regulamentação e a dificuldade na certificação dos diplomas destes profissionais, questionando como médicos que desertaram da Antex conseguem ser avaliados e inscritos na Ordem dos Médicos de Angola.
“Com a certificação dos diplomas desses médicos, como é que isso tem problemas de certificação com a nossa entidade reguladora, se todos aqueles que desertam da Antex conseguem ter essa avaliação e estão inscritos na Ordem dos Médicos de Angola? Fico sem perceber o que é que se está a passar”, afirmou Luísa Gaspar.
A bastonária acusou a Antex de perder o foco da sua responsabilidade junto ao governo angolano, transformando-se numa empresa de negócios que facilita a actuação de médicos cubanos em clínicas privadas.
“Antigamente, eles vinham por causa daquela amizade Angola-Cuba. Hoje, é uma empresa de negócio”, destacou.
Elisa Gaspar referiu ainda que a Ordem dos Médicos tem recebido denúncias de que alguns médicos cubanos não estão inscritos na ordem, mas continuam a exercer a profissão, inclusive a prescrever receitas que são assinadas por terceiros. “Quem nos garante que são médicos? Se nós não vimos a documentação”, questionou.
A província de Luanda, segundo a responsável, lidera a lista de províncias com maior número de médicos cubanos a actuar ilegalmente, seguida das províncias do Cunene, Huíla e Cuando Cubango. Elisa Gaspar alertou que, mesmo que estes profissionais estejam no país por contrato com o Estado, os mesmos precisam ser regulamentados pela Ordem dos Médicos.
“Eles até podem estar por contrato do Estado, mas têm que passar pela Ordem dos Médicos. É a ordem que regula”, reforçou.
A bastonária aconselhou os médicos cubanos a regularizarem a sua situação junto à Ordem dos Médicos e informou que a entidade já possui uma lista destes profissionais, que deveria ser fornecida pela Antex. “Demos aos colegas cubanos, os donos da Antex, dois meses para inscreverem estes médicos. No fim deste prazo, a Ordem vai tomar medidas”, afirmou.