Caro coordenador do jornal OPAÍS, votos de óptima disposição e uma quarta-feira abençoada! Nos últimos tempos, o número de doentes mentais na cidade de Luanda e arredores aumentou consideravelmente. Pela cidade, em tudo quanto é canto, pode-se ver um ou mais doentes mentais a circularem de um lado para o outro.
O que me espanta é que as autoridades nada fazem, mesmo sabendo que sobre eles não pesa qualquer tipo de responsabilidade civil ou criminal, aliás, estão fora das suas faculdades mentais. Sabe-se também que, pela cidade, além dos mais velhos, circulam adolescentes que vão para escola e ou realizar pequenas tarefas sociais.
A presença dos dementes faz com que muitos se preocupem, porque eles devem estar em locais apropriados. Mas, a sensação com a qual eu fico é de que as autoridades, de um modo geral, estejam a furtar- se das suas responsabilidades.
Na periferia de Luanda, o cenário é o mesmo e ninguém diz algo sobre o fenómeno, perigoso, que vai ocorrendo por Luanda e um pouco por todo o país. Isto revela também a falta de amor que as autoridades não têm com o próximo, neste particular, os doentes mentais.
É verdade que, dentro das prioridades do Executivo, quanto à saúde pública, um novo hospital para doentes mentais já devia ser construído em Luanda, pois está a rebentar pelas costas, no Uíge, no Bié, em Benguela e no Namibe.
A situação é tão gritante que deve, por nada, ser ignorada pelas autoridades, porque é um direito merecido aos cidadãos que se encontram naquelas condições.
POR:António Buínga, Maianga