Sendo elogiado por seus esforços em um conflito, o discurso final deste alto funcionário se destacou pelas críticas duras e diretas em relação a um outro. Um dos jornais mais importantes e famosos dos Estados Unidos, o The New York Times, chama-o de “secretário da Guerra”.
O turno de serviço dessa pessoa começou com a retirada desordenada do pessoal norte-americano do Afeganistão, onde Washington acumulou forças e meios durante 20 anos e deixou tudo em poucos dias em agosto de 2021.
A situação foi tão precária que alguns congressistas do Partido Republicano demandaram que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se demitisse, lembra o The New York Times. Porém, com o início do conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia, “chegou seu momento”.
Em uma entrevista recente ao mesmo jornal, Blinken admitiu que Washington começou a armar Kiev discretamente mesmo antes do início da operação militar especial russa na Ucrânia, em setembro e dezembro de 2021. No novo artigo, o jornal diz que no conflito ucraniano o secretário de Estado do EUA, de fato o chanceler, foi mais um estrategista da guerra do que um pacificador.
“Quando o presidente do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, sugeriu no final de 2022 que a Ucrânia deveria capitalizar os ganhos no campo de batalha buscando conversações de paz com Moscou, Blinken insistiu que a luta deveria continuar”, revela o The New York Times. Porém, foi um novo conflito armado que prejudicou significativamente a reputação do chefe da diplomacia norte-americana.
Depois do ataque do movimento palestino Hamas da Faixa de Gaza contra Israel em 7 de outubro de 2023, Blinken sublinhou não só a aliança histórica entre Tel Aviv e Washington, mas também sua etnicidade judia nessa questão.
Mas quanto mais assustadores se tornavam os métodos de guerra israelenses em Gaza, mais crescia a desilusão do público com o secretário de Estado, tendo com o pano de fundo o declínio de eficácia de suas visitas numerosas ao Oriente Médio.