O senhor Governador está à frente da província do Cuanza-Norte desde Janeiro do ano passado, ou seja, há um ano. Que balanço faz do trabalho realizado durante este período?
Muito obrigado, permitam-me primeiro manifestar o meu pro- fundo agradecimento por esta oportunidade que muito nos agrada porque permite partilhar com os leitores a nossa visão sobre os desafios que se colocam actualmente na província do Cuanza Norte.
Ora bem, respondendo directamente à pergunta que me faz, o que podemos dizer, em primeiro lugar, é que o Cuanza Norte vive hoje uma nova era da sua história marcada pela vontade inabalável da população local em contribuir todos os dias para o desenvolvimento da província. Esta é seguramente a principal mudança que podemos assinalar nestes doze meses em funções.
Só por este motivo podemos dizer que o balanço do primeiro ano à frente dos destinos da província é claramente positivo e gratificante pela forma como temos sido acarinhados pelo povo que continua a incentivar-nos a continuar com o nosso trabalho em prol do desenvolvimento inclusivo e sustentável desta terra com grandes potencialidades económicas.
O Cuanza-Norte sempre foi uma zona agrícola, mas devido aos efeitos da guerra, este potencial ficou reduzido. Como se encontra, hoje, a província em relação a este domínio, sobretudo no que diz respeito à produção de café e cacau?
Começo por responder esta pergunta com os números que descrevem a presente campanha agrícola na província, onde estão preparados mais de noventa e dois mil hectares que poderão permitir a produção de oitocentas mil toneladas para produtos diversos.
Estão satisfeitos com esta cifra?
Não porque, como bem disse, o Cuanza-Norte é das províncias com maiores potencialidades agrícolas do país quer em termos de condições climatéricas, disponibilidade de terras aráveis e vários cursos de água em toda a extensão do nosso território. Ainda assim, já nos damos por satisfeitos pelo trabalho que temos realizado em conjunto com os operadores do sector para o aumento da produção no âmbito do processo de diversificação da nossa economia. Saudamos ainda o engajamento das famílias camponesas que constituem a maior força de trabalho na agricultura nacional, produzindo grande parte dos produtos que chegam aos grandes centros de consumo e, por esta via, à mesa dos cidadãos. Estamos conscientes das várias dificuldades que os nossos produtores enfrentam, por isso continuaremos a investir no processo de mecanização da nossa agricultura, na melhoria das vias de comunicação para a facilitação do escoamento dos produtos e na disponibilização de inputs agrícolas.
Ainda não respondeu em relação à produção do café e do cacau, que são das commodities mais procuradas a nível internacional…
Quanto à produção do café e do cacau e também dos palmares, o que podemos dizer é que estamos apostados no relançamento destas culturas que caracterizam a província do Cuanza Norte. Os números alcançados actualmente já nos permitem antever uma produção em grande escala nos próximos anos. Quero ainda sublinhar que o Cuanza Norte é também das poucas províncias do país com condições climáticas que permitem o cultivo ininterrupto do arroz e trigo ao longo de todo o ano. Ainda no sector agrícola, destacamos a reactivação do perímetro irrigado do Mucoso, no município de Cambambe, depois de vários anos paralisado, do mesmo modo, projectamos também a recuperação do perímetro irrigado do Luinga que se encontra em fase de estudo e avaliação, mas também com muitos bons indicadores.