O XV Congresso Ordinário da UNITA deverá ser convocado após o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, ouvir a Comissão Política e, posteriormente, reunir o Comité Permanente para partilhar as deliberações saídas daquela reunião.
De acordo com os estatutos do partido do “Galo Negro”, o conclave deve ser anunciado com, pelo menos, 90 dias de antecedência. Pese embora a data oficial do evento ainda não tenha sido revelada, fontes internas sugerem que o congresso pode vir a acontecer em meados do próximo mês Agosto.
Este será um momento decisivo para a maior força política na oposição, sobretudo num cenário em que Costa Júnior, ao contrário do que se diz cá fora, continua a ver subir a sua avalanche de apoio internamente, diz um militante.
“Penso que será reconduzido ao cargo de presidente”, refere. Entretanto, se por um lado ACJ sente-se confortável, por outro, surgem rumores sobre uma possível candidatura de um dos filhos do líder fundador, Jonas Savimbi, o actual secretário para as relações internacionais, Rafael Massanga Savimbi.
No entanto, segundo fontes próximas a ele, o jovem político tem vindo a ser desaconselhado a avançar com a ideia de candidatar-se a presidência do partido, uma vez que muitos correligionários acreditam que tal decisão poderia prejudicar sua imagem.
“Para muitos isso não parece, mas estamos num contexto em que a liderança de Adalberto Costa Júnior na UNITA mantém-se sólida e plenamente apoiada”, sublinhou a fonte, para quem o congresso deste ano terá poucos candidatos – se não mesmo candidatura única.
Passivos por resolver
Um outro ponto que promete aquecer os debates no congresso é o retorno de “Zé” Pedro Kachiungo, que viu o Tribunal Constitucional dar-lhe razão no conflito que travava com o seu partido. “Zé” Kachiungo foi um dos militantes que enfrentou processos disciplinares em 2022, sendo acusado, junto a outros partidários, de conspirar contra Adalberto Costa Júnior.
Embora o ambiente aparente estar calmo, o “silêncio tumular” no seio dos “maninhos” revela que o “retorno” de Kachiungo poderá mesmo reacender o debate sobre “fantasmas” durante as discussões internas.
Fundada em 1966 por Jonas Malheiro Savimbi, a UNITA tem o desafio de consolidar a sua unidade interna enquanto mantém o foco na busca de uma possível alternância do poder. Para muitos, o XV Congresso Ordinário será um momento importante para realinhar as suas estratégias políticas e reforçar o papel do partido como uma alternativa ao MPLA no cenário político nacional.