“Tais decisões não podem deixar de conduzir a uma certa desestabilização dos mercados internacionais da energia”, comentou o porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
As novas medidas da administração do Presidente Joe Biden, que será substituído no cargo por Donald Trump dentro de uma semana, visam cortar rendimentos que financiam a máquina de guerra da Rússia na Ucrânia.
Segundo Washington, poderão custar à economia russa milhares de milhões de dólares por mês. As medidas têm como alvo dois dos maiores produtores e exportadores de petróleo da Rússia, a Gazprom Neft e a Surgutneftegas.
Visam também mais de 180 navios que Washington disse integrarem a chamada “frota fantasma” usada pela Rússia para distribuir produtos petrolíferos e contornar as sanções ocidentais decretadas desde que invadiu a Ucrânia, em Fevereiro de 2022.
Também foram impostas novas sanções contra 200 entidades e indivíduos ligados ao sector energético russo, incluindo 80 relacionados com a produção e exportação de GNL, e a Rosatom, o conglomerado estatal de energia nuclear.
Questionado sobre as consequências das novas sanções para a economia russa, o porta-voz do Kremlin desvalorizou a iniciativa ocidental. “Se algo está bloqueado num lugar, aparecem opções alternativas noutro lugar.
Por isso, procurar-se-á encontrar opções de trabalho que minimizem as consequências das sanções”, afirmou Peskov, citado pela agência oficial russa TASS.
Quanto à Rosatom, prosseguirá as actividades internacionais, sendo “um dos líderes incontestados do mercado nuclear internacional”, acrescentou. Em Março de 2022, um mês depois do início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, os Estados Unidos da América (EUA) proibiram a importação de petróleo, GNL e carvão russos.
A União Europeia também restringiu as compras à Rússia, o que representou um duro golpe para Moscovo pela dependência que tinha do mercado europeu.