Fez parte deste programa o reconhecimento de público de diversas personalidades e instituições, com actuação destacada no universo cultural. O produtor cultural e capitalista foi um dos homenageados. Satisfeito, disse que se sente honrado com o acto, pelo reconhecimento do trabalho que desenvolve há várias décadas nesta província.
“É de grande honra que eu devo-me satisfazer, porque nós que viemos desse mundo a realizar vários eventos, espectáculos e tudo mais, em momentos difíceis, nesta altura em que a cultura está com outra dimensão, ser prestigiado é de grande honra”, disse com entusiasmo.
Volvido no sector cultural há 48 anos, o agente cultural agradeceu mais uma vez pelo reconhecimento nesta data marcante para o sector, que teve o acto central na sua terra natal.
Entre os homenageados esteve ainda o músico e compositor Justino Handanga, de feliz memória, que fez sucesso com as suas músicas em umbundu, um dos músicos mais conceituados do Planalto Central.
Florêncio Handanga, que esteve presente na gala para presenciar o momento, disse que se sente honrado por mais um acto de conhecimento do trabalho de seu pai, que muito fez pela cultura nacional.
O jovem artista mostrou-se satisfeito ao ver que pessoas próximas a Justino Handanga, que sempre estiveram e com ele, não esqueceram do seu trajecto, por ser uma das maiores figuras que tivemos a cantar na língua nacional umbundu.
“Eu, como filho, dá-me um sentimento de alegria e gratidão, ao mesmo tempo, porque mostra, claramente, que o meu pai não foi esquecido. Cada vez que ele é homenageado, nos sentimos um pouco próximos. Alegra-me saber que estamos na mesma linhagem de pensamento, eu aqui a dar sequência ao que ele começou”, referiu.
Origem da data
O Dia da Cultura Nacional em Angola foi instituído pelo Decreto-Lei n.º 21, publicado no Diário da República n.º 87, I Série, em Novembro de 1986, em homenagem ao discurso Luanda emblemático proferido pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, em 1979.
Este discurso, realizado na cerimónia de tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda, destacou-se como uma reflexão profunda estruturante sobre a Cultura Nacional, tornando-se uma referência central nos debates sobre a identidade e a cultura angolana.
A efeméride celebra o compromisso com a valorização da cultura como elemento essencial do desenvolvimento social e espiritual da nação. No discurso, António Agostinho Neto afirmou que “a Cultura não pode se inscrever no chauvinismo, nem pretende evitar o dinamismo da vida”, sublinhando o seu carácter dinâmico e transformador.
Para Neto, a evolução cultural é intrinsecamente ligada às condições materiais de cada etapa histórica, correspondendo a diferentes formas de expressão e materialização.
Este entendimento visionário consolidou-se como pilar das políticas culturais angolanas e continua a inspirar as celebrações do Dia da Cultura Nacional, reafirmando a importância de uma cultura inclusiva e em constante evolução