O pastor fez falsas promessas às duas fiéis, consubstanciada na aquisição de vistos de entrada para os EUA e Brasil, para uma suposta formação em teologia. As fiéis acreditaram nas promessas do pastor e, movidas pela vontade de estudar fora do país, desembolsaram mais de 3 milhões de kwanzas.
De acordo com o porta-voz do SIC-Geral, Manuel Halaiwa, infelizmente o pastor usou o dinheiro para fins próprios, não tendo as viagens prometidas sido realizadas, muito menos a formação em teologia, pelo que as fiéis decidiram denunciá-lo.
O pastor foi entregue ao Ministério Público para trâmites seguintes. O SIC apresentou, ontem, na sua sede em Luanda, o resultado desta operação que culminou também na detenção, pelo mesmo crime (burla), de uma outra cidadã, de 44 anos de idade.
Neste segundo caso, para além do crime de burla, a cidadã vem acusada dos crimes de associação criminosa, receptação ilícita de bens roubados e abuso de confiança. Rezam os factos que a cidadã deflagrou mais de 15 vendedoras dos vários mercados informais de Luanda, nomeadamente o mercado da Mamã Gorda e o mercado do KM30, em Viana.
“Ela liderava uma rede organizada que fez falsas promessas a várias vendedoras dos mercados informais e alguns comerciantes nacionais e estrangeiros, no intuito de fornecer diversos produtos roubados, como carne, frango, peixe, arroz, óleo vegetal e até mesmo electrodomésticos, defraudando um montante de mais de três mil milhões de kwanzas”, disse o porta-voz.
A acusada foi trazida sob custódia por algumas vendedoras do mercado da Mamã Gorda, que reivindicavam a devolução de avulta- das somas de dinheiro, pelo facto de a acusada ter-se apresentado como responsável/idónea, com capacidade de fazer chegar grandes mercadorias, entre 50 a 100 toneladas, em contentores de 20’ a 40’ com diversos produtos para a comercialização.
Manuel Halaiwa acrescentou ainda que acreditam que a cidadã em causa não esteja a agir sozinha, e que há o envolvimento de entidades públicas e privadas neste crime. Presume-se ainda que a mesma mercadoria é de proveniência ilícita, pois deveria ser entregue a pontos específicos para serem abastecidos em diferentes empresas, mas era transbordada no parque de estacionamento do supermercado Kero-Viana, com a emissão de facturas falsas.
Chineses envolvidos em falsificação de carta de condução
Por outro lado, o SIC apresentou mais seis cidadãos detidos sob a acusação do cometimento do crime de falsificação de cartas de condução. A escolas de condução Valcarsoz foi denunciada por supostamente estar a fazer falsos registos técnicos para a obtenção de carta de condução para cidadãos estrangeiros.
Os mesmos registos técnicos eram feitos num estaleiro de chineses, no distrito urbano do Kikuxi, no município de Viana, com todos os equipamentos. O falso registo técnico, que tinha o envolvimento do director e dos instrutores da referida escola, era feito com o intuito de, depois acederem à Direcção de Trânsito e Segurança Rodoviária (DTSR), fazerem a solicitação da carta de condução para os três estrangeiros chineses. Estes chineses, de acordo com os dados, não reuniam requisitos e não apresentavam documentos de escolaridade exigidos na obtenção da carta de condução.