A quatro dias para se dar por findo o ano de 2024, as celebrações dos 50 anos de independência, a ser assinalado em Novembro de 2025, começaram a ser marcadas pelo indulto que o Presidente da República, João Lourenço, concedeu a alguns cidadãos que cumpriam pena nalguns estabelecimentos penitenciários do país.
Entre vips e anónimos, o gesto do Presidente da República mereceu vários aplausos e reconhecimento da própria sociedade. Não só por parte dos condenados, alguns dos quais cujos familiares e cidadãos próximos já se manifestaram, as- sim como a própria sociedade, embora se acredite que existam também quem não concorde, devido aos crimes praticados por alguns deles.
Serão soltos no próximo dia 1 de Janeiro. Entre os beneficiários, uma conhecida influencer e um activista, sendo este último reclamado por sectores da sociedade civil como sendo um suposto prisioneiro político.
Um facto que levanta aos olhos de muitos dúvidas. Nos últimos tempos, o activismo ou mesmo muitos influencers se vão afirmando através do uso de discursos às vezes musculados e outros desnivelados, muito distante daquilo que se pode aceitar como normal, por ferirem susceptibilidades e ferirem os direitos de outras pessoas.
Estamos lembrados de acusações gravíssimas que foram feitas contra indivíduos, seus familiares, com insinuações várias, incluindo aspectos ligados à vida privada de personalidades, como políticos, cantores, actores, que se configuraram autênticas ofensas e calúnias até.
Quando se condena determinadas pessoas por causa de dizeres ofensivos, mas amplamente disseminados por alguns sectores, questionome se muitos que saem em defesa já terão feito o enquadramento jurídico para se aperceberem se aquilo que pretendem defender é ou não contrário à lei e aos bons costumes.
Desde mais novos, mesmo sem dominarmos cabalmente os meandros jurídico-legais, foi-nos ensinado que a liberdade não é libertinagem. Por isso, mesmo que estejam em causa cidadãos angolanos, parentes ou não, é sempre bom nos colocarmos naqueles que são injuriados ou caluniados por conta dos likes ou o ‘influencismo’ digital que vigora nos nossos dias para nos apercebermos do estrago que uma falsa informação pode causar a nível político, familiar e até mesmo económico.
É bom estar em liberdade. E espera-se que os beneficiários aproveitem bem. E acreditamos que, neste momento, alguns deles terão já a sã consciência de que não há erro algum em se emitir uma opinião sobre uma determinada pessoa, seja ela figura pública ou não, mas desde que seja dentro dos marcos da lei. Caso contrário, os ofendidos têm sempre a prerrogativa de usar o direito para limpar a imagem chamuscada.