Na época de Natal é comum verificar eventos de confraternização em todo o lugar, onde a troca de presentes entre as famílias tem constituído um dos momentos mais altos durante a convivência.
Para algumas famílias angolanas ouvidas por este jornal, este ano, a falta de condições financeiras irá condicionar a troca de presentes ou reduzir a quantidade das ofertas que, habitualmente, têm sido entregues.
A corrida para esta quadra festiva, segundo alguns cidadãos, está virada para compra de alimentos que, nesta altura, regista uma subida de preço em relação aos meses anteriores. Por exemplo, Isabel Simão, dona de casa e mãe de quatro filhos, afirma que o Natal de 2024 para a sua família está a ser mui- to diferente pela negativa, devido à situação económica que diz estar apertada.
Isabel Simão diz que, desta vez, mesmo em termos de comemoração, o ambiente familiar será restrito, porque quase tudo no mercado se encontra difícil. Relativamente à oferta de presentes, dona Isabel explica que as ofertas para este ano não serão como anteriormente, pois, hoje, as famílias são obrigadas a escolher presentes de menor valor e em quantidade reduzida.
Contou que, no passado, os presentes eram mais significativos, porque a situação económica era favorável. Quanto aos gastos, Isabel Simão aconselha as famílias a usarem racionalização nos seus rendimentos, pois o mês de Janeiro pode-se tornar num mês de imensas dificuldades financeiras.
Rifas para presentes
Vanessa lamenta que este ano seja de poucas possibilidades para oferendas de presentes, exemplificando que, no ano anterior, antes do começo de Dezembro, entre membros de famílias, já se constituía rifas antecipadas, o que permitia a concretização da troca de presentes. “Até hoje, nós fizemos as rifas, mas ninguém ainda fez a sua contribuição, nem todos compraram presentes em casa, este ano só alguns é que conseguiram”, lamenta.
A fonte afirma que a causa que está a condicionar a troca de presentes para este ano, é a falta de condições financeiras para algumas famílias, visto que em certos mercados os produtos estão a ser comercializados num preço muito alto. “Por exemplo, os brinquedos ficaram muito caros, antes, com dois mil Kwanzas, a pessoa conseguia adquirir um para as nossas crianças, mas chegam a custar cinco a seis mil”, disse.
Já André Quitamba afirma que tem sempre a cultura de oferecer presentes aos seus parentes, porém lamenta que em 2024, por conta da situação económica decide evitar gastos com prendas que chegam a custar caro. Mas Quitamba não descarta a possibilidade de conseguir oferecer alguma coisa simbólica, como um perfume.
Refere que hoje as famílias estão enfraquecidas do ponto de vista financeiro, sem muitas condições para dar sustento, até mesmo para as compras mínimas. “Este ano, para as famílias angolanas, será um pouco difícil.
Talvez algumas famílias, por uma questão de cultura e poder financeiro, poderão prover presentes para os seus próximos”, explica. O jovem André aconselha as outras pessoas a não ficarem entristecidas pela a ausência de um presente neste Natal, justificando com a mensagem de que o melhor presente do homem é estar vivo, por considerar ser a maior dádiva que qualquer ser humano deve ter.
POR:Adelino Kamongua