Nos últimos meses, o hospital registou uma média de 20 pacientes por dia, um aumento de 5 casos em relação ao período anterior à mudança para as novas instalações, há um ano e meio. Desses 30% envolvem crianças dos 0 aos 4 anos, vítimas de acidentes domésticos, muitas vezes enquanto ficam sob os cuidados de outras crianças durante a preparação das refeições.
“Pedimos atenção redobrada nesta época festiva em que as crianças estão de férias e permanecem reunidas em casa. É fundamental que haja sempre um adulto a supervisionar, para evitar acidentes domésticos”, apelou a directora. Outro ponto de preocupação envolve os cuidados com o gás butano.
“Nesta época de festa, recomenda-se revisar os fogões e redutores de gás. Em caso de vazamento, abram as janelas e portas, mas não atendam o telefone nem acendam as luzes”, alertou.
A directora também destacou os perigos da vandalização de cabinas eléctricas, que resultaram em dois casos graves neste mês de Dezembro. Avança a directora clínica que um dos pacientes sofreu traumatismo craniano encefálico e está em estado crítico. “Ele foi projectado pela energia e ainda está aqui no hospital com muito mau prognóstico. Outro, menor de idade, perdeu os quatro membros devido à gravidade das lesões.
“Apelamos aos jovens para evitarem essas práticas, que trazem danos irreversíveis às suas vidas. Procurem outras formas de sustento”, disse. Por fim, a directora pediu atenção aos profissionais como electricistas, pedreiros e técnicos de refrigeração, recomendando o uso de equipamentos de proteção adequados para prevenir acidentes no exercício de suas actividades.
“O internamento de paciente queimado é longo e caro, pois mesmo com alta dada, continuam a beneficiar dos serviços de fisioterapia e curativos ambulatórios, podendo durar mais de 1 ano” sustenta.
Refere ainda que as lesões por queimaduras estão associadas a um risco significativo de mortalidade, bem como de sequelas físicas, funcionais e traumas psíquicos nos sobreviventes. Além disso, os custos econômicos para os serviços de saúde também são substanciais.
POR:Stélvia Faria