Este ano, o festival teve como tema “Um Natal em África”, um tributo ao continente e às suas raízes culturais, com a participação de 200 crianças no coral infantil da Igreja Metodista Unida Central.
Além dos tradicionais clássicos natalinos, as crianças apresentaram canções em diversas línguas nacionais. Ao cantarem em quimbundo e lingala, entre as 15 canções entoadas durante a apresentação com o coral Ciarramba, composto por 120 crianças, e o coral Central da Igreja Metodista Unida Monte Sinai, celebraram assim a rica diversidade linguística de Angola e da África.
O poeta Revelação também marcou presença, repetindo sua participação da primeira edição e prometendo continuar nas próximas edições do festival. Em entrevista ao jornal OPAÍS, o coordenador do evento, Custódio Jacinto, destacou a importância do concerto beneficente, que busca angariar fundos para apoiar as comunidades mais necessitadas.
“Desde 2023, temos-nos empenhado para realizar esse evento com o propósito de ajudar famílias em situação de vulnerabilidade. Na edição de 2023, conseguimos atender mais de 500 famílias em Cuanza-Norte, no município de Bolongongo, com cestas básicas, roupas, calçados, material didáctico e brinquedos para as crianças”, afirmou o coordenador.
Custódio Jacinto avançou que, depois de concluída a primeira parte do projecto, com a realização do concerto beneficente, a segunda fase está focada na viagem para a província de Malanje, especificamente para o município do Quessua, onde mais de 500 famílias deverão ser assistidas.
O responsável avançou que as expectativas são de expandir o alcance da ajuda, atendendo a um número ainda maior de famílias em situação de vulnerabilidade.
Com isso, pretendem crescer para poder alcançar um maior número de famílias e fazer a diferença na vida das pessoas com os bens arrecadados, uma acção que tem sido possível pelo trabalho realizado com as crianças, que são protagonistas nesses concertos.
“Trabalhar com crianças é uma experiência desafiadora, mas extremamente gratificante. É um grande desafio, mas também é uma bênção. Todos os anos, procuramos realizar eventos mais desafiadores, que nos aproximam e nos lembram que Cristo é o centro de tudo. Ele é a nossa principal alegria e razão de existirmos. Celebramos o Natal com a mensagem de que Cristo nasceu na África”, declarou.
Homenagens aos educadores
O evento também foi marcado por homenagens a importantes figuras da Igreja Metodista Unida, especialmente aos professores que contribuíram significativamente para a formação de gerações passadas e atuais.
Trata-se de profissionais tidos como mestres desde os anos 80 e 90, que ajudaram a moldar a caminhada de vários formandos. “Mesmo aqueles que já faleceram continuam vivos nas nossas memórias. As canções entoadas pelas crianças foram compostas por alguns desses educadores, como os professores Rui e Génesis (em memória), e também adaptadas do hinário Povo Cantai, da Igreja Metodista Unida”, sublinhou.
Balanço e Crescimento do Festival
Em comparação com a primeira edição, o coordenador considerou que a segunda edição do festival foi um grande sucesso e contou com um público significativamente maior.
“Nesta edição, tivemos o dobro do público da primeira, e o número de crianças participantes aumentou de 150 para 200. O impacto foi muito positivo, e o feedback foi excelente.
A cada ano, buscamos trazer algo novo para o público”, concluiu o coordenador. A Cantata de Natal não é apenas um evento cultural, mas uma verdadeira acção solidária, que leva alegria e apoio às famílias carentes, além de fortalecer as tradições culturais e religiosas que unem a comunidade. A expectativa é que, a cada nova edição, mais pessoas se unam a essa causa e o festival continue crescendo em impacto e alcance.