De acordo com os dados do relatório trimestral publicado pelo Instituto Regulador dos Derivados de Petróleos (IRDP), das referidas importações, 65% correspondem ao gasóleo e 33% para gasolina. O Topping Plant de Cabinda forneceu 12.835 toneladas métricas, principalmente de gasóleo, Jet A1 e petróleo iluminante.
No segmento de gás de cozinha, a produção nacional respondeu por 22% do volume comercializado, enquanto os restantes 78% foram importados. A capacidade de armazenagem em terra permaneceu estável em 675 968 metros cúbicos para combustíveis líquidos e 11 727 toneladas métricas para o Gás de Petróleo Liquefeito (GPL).
Os dados apontam que Luanda liderou o consumo de GPL, representando 58,9% do total nacional, seguida pelas províncias de Benguela, Huíla, Huambo e Cabinda.
Aumento no custo médio dos combustíveis
O aumento da inflação durante o período também afectou o custo médio dos combustíveis. A variação homóloga foi de 16,96%, enquanto o preço médio do Brent, que baliza as exportações angolanas, fixou-se em 80,34 USD/ bbl, uma ligeira subida em relação ao trimestre anterior.
Apesar do aumento no volume total de vendas de combustíveis (1 262 175 toneladas métricas, um crescimento de 3%), a redução na produção local e a maior dependência de importações levantam preocupações sobre a sustentabilidade do mercado energético nacional.
Expansão e sustentabilidade
A melhoria na distribuição de combustíveis em todo o território nacional é outra prioridade. No período de 2023 a 2027, está prevista a construção de 77 postos de abastecimento.
Destes, a Etu Energias lidera com 40 unidades planeadas, seguida por Sonangol (15), Sonangalp (13), Tema (6) e Pumangol (3). Até setembro de 2024, Angola já registava 898 postos em operação, com uma execução de 98% em relação às metas traçadas para o período. No entanto, desafios logísticos e financeiros continuam a dificultar a implementação de postos em municípios mais isolados.
O número de postos de abastecimento operacionais foi liderado pela Sonangol Distribuição e Comercialização, com 36,7%, seguida por agentes privados (41,2%), Pumangol (9,2%), e outras empresas menores.
O mapeamento actualizado trimestralmente aponta as regiões com maior déficit, o que é essencial para a tomada de decisões estratégicas. Entre os projectos de destaque está a reabilitação das instalações de combustíveis do Lucapa, com uma capacidade de 4.000 m³, actualmente paralisada devido ao surgimento de ravinas na área.
Apesar disso, os trabalhos para conter o avanço das ravinas foram concluídos, e o progresso físico do projecto atingiu 89,5%, com previsão de término no primeiro semestre de 2025, aponta o relatório.
O IRDP sublinhou ainda que a construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande, cuja primeira fase deverá ser concluída até 2025, foi adicionada uma capacidade de armazenamento de 582.000 m³. Paralelamente, o IRDP prevê a modernização e ampliação dos terminais oceânicos de Cabinda, Lobito e Namibe até 2027.
No campo regulatório, o IRDP avançou com a aprovação de dois decretos presidenciais, o Decreto n.º 173/23, que simplifica os procedimentos para construção e exploração de postos de abastecimento (SIMPLIFICA 2.0), e o Decreto n.º 209/24, que regula a emissão de licenças para comercialização de gás butano.
Por: Francisca Parente