Este projecto está alinhado com a transição energética global e visa posicionar Angola como um player estratégico no mercado de energias renováveis, segundo dados da instituição afecto ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPT).
Conforme dados apresentados no 10.º Conselho Consultivo do MIREMPT, para além do ivestimento de 1,4 mil milhões no projecto de hidrogénio verde, destaque recai também para a expansão da capacidade de refinação e armazenagem de combustíveis, além de iniciativas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a descarbonização.
A construção da planta de hidrogénio verde é um projecto que terá capacidade para produzir 342 mil toneladas anuais de amônia verde, com a fábrica a ser alimentada por 600 megawatts de energia renovável. O projecto, cuja construção começa em 2026, posicionará Angola como um fornecedor estratégico de energia sustentável, especialmente para mercados europeus como a Alemanha.
Em paralelo, o plano inclui iniciativas como o desenvolvimento de centrais fotovoltaicas no Namibe e na Huíla, com capacidade combinada de 150 megawatts, para aumentar a geração de energia limpa no país . Outra prioridade é a construção de refinarias em Cabinda, Soyo e Lobito.
A refinaria de Cabinda, com capacidade de 60 mil bar- ris por dia, está com 44,92% das obras concluídas e entrará em operação em 2025. Já a Refinaria do Soyo, com capacidade de 100 mil barris diários, está em estágio inicial e será finalizada em 2026. Com estas iniciativas, Angola espera eliminar a necessidade de importação de gasolina e alcançar um excedente de 6% na produção nacional até 2027.
Para garantir o abastecimento, a Sonangol investirá na modernização e ampliação dos terminais oceânicos de Cabinda, Lobito e Namibe, aumentando a capacidade de armazenagem de produtos refinados de 636.411 metros cúbicos para mais de 1 milhão de metros cúbicos até 2027. A conclusão da primeira fase do Terminal Oceânico da Barra do Dande também reforçará a segurança energética do país.
Sustentabilidade e descarbonização
Comprometida com a redução das emissões de gases de efeito estufa, a Sonangol já iniciou projectos de descarbonização, como a plantação de mangues e a modernização de suas operações marítimas para reduzir a pegada de carbono.
Além disso, a empresa tem adoptado tecnologias de economia de energia nos petroleiros e na infraestrutura operacional, visando uma redução de 75% nos incidentes ambientais em comparação aos anos anteriores.
O plano também destaca acções de responsabilidade social, com mais de 45 milhões USD destinados a programas nas áreas de saúde, educação e preservação ambiental. Estima-se que mais de 300 mil pessoas sejam beneficiadas diretamente por essas iniciativas.
Até 2027, a Sonangol espera aumentar a sua produção opera- da de petróleo e gás natural em 10%, alcançar auto-suficiência em combustíveis refinados e consolidar-se como líder na transição energética em África.
Apesar dos desafios técnicos e financeiros, a empresa acre- dita que os projectos apresentados são fundamentais para o desenvolvimento económico e sustentável do país.
Com este plano, a Sonangol reafirma o seu papel estratégico no cenário global de energia, alinhando crescimento económico, inovação e sustentabilidade.
POR:Francisca Parente