Numa entrevista publicada pelo jornal Maariv, o segundo mais lido em Israel, Ben Gvir, que vive num colonato israelita no território palestiniano da Cisjordânia, garantiu que o apoio de Trump seria uma decisão “lógica” e “moral”.
“Também será bom para os residentes de Gaza que emigram, voluntariamente, é claro”, disse o ministro. A actual ofensiva israelita no norte da Faixa de Gaza, com um cerco de mais de 60 dias em que 3.700 pessoas morreram ou desapareceram, tendo forçado a deslocação de cerca de 100.000, faz com que muitos palestinianos temam que Israel esteja a preparar o terreno para a ocupação.
O próprio ministro da Habitação, o ultraortodoxo Yitzchak Goldknopf, visitou a fronteira com o enclave na semana passada, juntamente com líderes colonos, incluindo Daniella Weiss – chefe do grupo Nachala, principal promotor de assentamentos em Gaza – onde defendeu a construção de colónias judaicas como “retaliação ao massacre do Hamas”.
Ben Gvir defendeu, na entrevista, que Israel só derrota os seus inimigos quando lhes tira território: “Quando libertamos – chamam-lhe ‘ocupar’, eu digo libertar – o território, isso é sempre o que mais os castiga”.
O regresso do magnata norte-americano ao poder (tomará posse no dia 20 de Janeiro) deu esperança de avançar na ocupação dos territórios palestinianos à ala mais extremista do Governo de Benjamin Netanyahu, encarnada pelo próprio Ben Gvir e pelo Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich.
As declarações de Ben Gvir surgem pouco depois de Donald Trump ter prometido nas redes sociais o “inferno” no Médio Oriente se os reféns israelitas que ainda estão em Gaza (96 no total, 34 deles mortos) não forem libertados antes de assumir a presidência dos Estados Unidos.