“A administração [do Presidente Joe] Biden está a fazer avançar as infraestruturas da NATO na região Ásia-Pacífico”, denunciou Lavrov na reunião ministerial da OSCE, a decorrer na cidade de Ta’ Qali, em Malta.
“Os exercícios militares estão a multiplicar-se (…). Isto é claramente uma tentativa de desestabilizar todo o continente euro-asiático”, afirmou Lavrov, citado pela agência francesa AFP.
O ministro russo acusou o Ocidente de orquestrar uma “nova Guerra Fria”, mas avisou que a situação ameaçava entrar num “fase quente”, segundo a agência estatal russa Ria Novosti.
“Para voltar a colocar a NATO na cena política após o desastre afegão [a retirada militar ocidental de 2021), era necessário um inimigo unificador”, afirmou. “A solução foi uma reencarnação da Guerra Fria, só que agora há um risco muito maior de passar para uma fase quente”, disse Lavrov aos representantes dos 57 Estados da OSCE, cuja maioria denunciou a invasão russa na Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022 para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, segundo justificou na altura o Presidente russo, Vladimir Putin.
Desde então, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014. A Ucrânia e a generalidade de comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões ucranianas.